Posse PR/Boa Vista: Deputada defende “reflexão e planeamento” antes de decisões sobre descentralização

Sal Rei, 09 Nov (Inforpress) – A deputada Elisabete Évora advogou hoje que é preciso “reflexão e planeamento” antes de tomar decisões sobre descentralização de poder uma vez que Cabo Verde não dispõe de momento recursos para materialização deste tipo de projectos.

A deputada do MpD por Boa Vista defendeu esta ideia em declarações à Inforpress, a propósito do discurso do Presidente da República, hoje empossado, que falou sobre “um novo pacto de poder entre as ilhas, de uma estratégia consensualizada para o reforço da coesão territorial”, e que as ilhas precisam de “mais descentralização, e desconcentração, mais capacidade humana e mais recursos financeiros e materiais”.

Elisabete Évora disse que é preciso um “trabalho de fundo” para conseguir descentralização ou até mesmo para a regionalização, sendo, ao seu ver, neste momento Cabo Verde não dispõe de recursos financeiros para materializar estes projectos que acabam por trazer influências em vários sectores no país.

“Este é já um momento complicado porque estamos numa conjuntura de pandemia, a preparar buscar a forma da retoma económica que é fundamental, então, é claro que não há como nesta conjuntura financeira fazer este tipo de coisas que é muito abrangente”, afirmou.

A deputada do Movimento para a Democracia (MpD, poder) disse ter a percepção de que “é algo desejado e pensado por todos os cabo-verdianos”, no que diz respeito “a mais descentralização entre as ilhas, mais poder, mais fundos”, mas sublinhou que, para a materialização da descentralização de poderes é preciso dinheiro, algo que Cabo Verde neste momento não dispõe.

Para Elizabete Évora, neste momento, a prioridade e a preocupação deverão estar voltadas para a saúde e a retoma económica.

Entretanto, relembrou que o Presidente da República, que foi governante, sabe o quão é difícil materializar a descentralização e a regionalização, aliás recorda, que já houve essa tentativa com a criação das vilas e cidades por lei no país.

Daí que frisou que descentralizar poderes não deverá acontecer somente na concretização de criar estruturas ou com palavras.

Elisabete Évora apontou ainda como exemplo a ilha da Boa Vista em que a localidade de Rabil passou a ser considerada vila sem condições efectivas para isso, ou então, a cidade de Sal Rei que, segundo disse, “não tem condições dignas” de uma cidade.

Para a deputada, a descentralização de poderes seria muito boa para Boa Vista, justificando que “se sente na pele” o facto de todas as instituições se encontrarem fora da ilha e que, apesar de haver delegações do Governo, a ilha acaba sempre por estar em desvantagem a nível do poder local.

Daí que salientou que se deve reflectir sobre o assunto porque todos poderão ganhar se tiver mais poderes nas ilhas, pois, ao seu ver, assim as coisas poderiam fluir mais rápido, e as decisões tomadas mais rapidamente.

VD/CP

Inforpress/Fim

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