Lisboa, 16 Ago (Inforpress) – O Instituto de Apoio à Criança (IAC) em Portugal tem apostado na disseminação de “boas práticas” a nível internacional e nos PALOP, com especial incidência em Cabo Verde, nomeadamente através da Acrides.
Em declarações à Inforpress, em Lisboa, a técnica da área da cooperação nacional e internacional do IAC e que, conjuntamente com a coordenadora do projecto Rua do IAC (Matilde Sirgado), é responsável pela ligação com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Isabel Duarte, apontou vários projectos da instituição, como na questão das crianças desaparecidas e exploradas sexualmente com uma linha SOS (116000) que existe em quase 20 países da Europa e o “Projecto Rua”, com a “transferibilidade” de metodologias aos PALOP e não só.
“A nível dos PALOP vamos fazendo a transferibilidade de todas as metodologias (…). Há uma partilha contínua ao longo do ano, uma disponibilidade do IAC de apoio técnico a todos os níveis, ou seja, partilhamos tudo aquilo que vamos contruindo com os PALOP e, neste caso, a Acrides e Cabo Verde têm beneficiado muito da nossa intervenção, com uma transferibilidade adaptada à realidade de Cabo Verde”, explicou.
Segundo ela, desde 2007 que o IAC assinou com a Associação Crianças Desfavorecidas (Acrides) um protocolo onde está escrito essa transferibilidade de metodologia e uma “abertura completa”, informação confirmada pela coordenadora do “Projecto Rua” e membro da direcção do IAC, Matilde Sirgado, também em declarações à Inforpress.
Conforme enfatizou, o IAC assume um papel de interlocutor com os PALOP e constitui a “pedra basilar” na formação de intervenientes sociais, na supervisão e monitoramento de projectos, com “especial incidência em Cabo Verde”, apontando que a criação do projecto “Educação de Rua”, pela Acrides, beneficiando crianças em situação de rua da Cidade da Praia, é resultado do efeito multiplicador dessa transferibilidade.”
Por sua vez, a presidente da Acrides, Lourença Tavares, que em Lisboa tem tido algumas reuniões com membros da direcção e técnicas da IAC, lembrou que criou a Acrides com todas as fundamentações do IAC, adaptada à realidade cabo-verdiana.
“Tudo o que Acrides procura fazer é adaptar o que faz o IAC em Portugal (…). O impacto da excelente parceria com o IAC é grande, porque a Acrides, com as actividades extra-curriculares ajudamos o abandono escolar e a reprovação, resultando em sucesso escolar e jovens formados. O que aprendi durante esses anos, permitiu-nos fazer, de jovens em conflitos com a lei, grandes homens, mães em situações de vulnerabilidade, grandes mães”, apontou.
Presente na entrevista, esteve também a técnica de Apoio do Consultório Social e pedagoga social, Carla Fonseca, que lembrou que para além do gabinete social, a instituição trabalha conjuntamente na área jurídica e psicológica para dar uma respostas integrada e estar “mais próximo” das crianças e das famílias.”
O IAC, criado desde 1983, tem como missão, a defesa e promoção dos direitos da criança, procurando novas respostas para os problemas da infância na sociedade actual, sendo a “voz que chama a atenção” e actua para que mais crianças “vivam com alegria o tempo de ser criança”, com implementação de programas de prevenção e capacitação, que visam prepará-las para a vida adulta com maior capacidade de integração e participação activa na sociedade.
A Acrides, fundada em 1998, por Lourença Tavares, na sequência de uma formação em Cabo Verde sobre Educadores Sociais, realizada pelo Instituto Cabo-verdiano de Menores (ICM), hoje ICCA, em 1996, é uma associação de direito privado, sem fins lucrativos, que se dedica à promoção e defesa dos direitos e deveres da criança e sua família.
Para além do “Projecto Rua – Em família para crescer” e SOS Criança, tem intervenções em actividade lúdica, humanização, polo de Coimbra, a Rede “Construir juntos”, a Rede “Juvenil “Crescer juntos”, serviço jurídico e formações.
Actua em quatro áreas de intervenção, nomeadamente a educação, a saúde, a protecção social e a promoção do voluntariado.
DR/HF
Inforpress/Fim