Lisboa, 10 Jun (Inforpress) – A Frente Anti-Racista promove hoje uma homenagem ao cabo-verdiano agredido até à morte em 1995 em Lisboa, Alcindo Monteiro, no dia que completa 27 anos do seu falecimento, num encontro-memorial na capital portuguesa para também recordar outras vítimas.
Segundo o promotor do evento, a homenagem, que está marcada para às 11:00 na Rua Garrett, em Lisboa, artéria da capital onde os “supremacistas brancos” agrediram o cabo-verdiano, a 10 de Junho de 1995, “impele também a recordar outras vidas violentamente interrompidas por assassinos racistas”.
O encontro-memorial, uma iniciativa da Frente Anti-Racista (FAR), à qual juntam outros movimentos anti-racismo em Lisboa, também irá recordar vítimas, como Giovani Rodrigues, Bruno Candé e Wilson Neto, no Dia de Portugal, de Camões e Comunidades Portuguesas.
“O racismo – enquanto uma relação de poder – é reproduzido todos os dias como forma e processo de dominação, opressão e violência sistemática em todos os ambientes: no trabalho, no café, num restaurante ou loja e nas instituições”, considera a organização do evento.
Alcindo foi “brutalmente assassinado” no dia 10 de Junho de 1995 por um “grupo de nazifascistas” que andava pelas ruas de Lisboa, dia que o mesmo grupo fez mais de dez vítimas, “todas elas pessoas negras que estavam a andar na rua e foram atacadas”.
Em 2021, Miguel Dores lançou o “Alcindo” que retrata uma das noites “mais violentas e racistas de Portugal”, ou seja 10 de Junho de 1995, contextualizando como era Portugal na década de 1990 e como as instituições, Estado e as organizações trataram o assassinato de Alcindo Monteiro, vítima de racismo.
A FAR, criada em 1994, tem como objectivo contribuir para a resolução dos inúmeros problemas surgidos no seio da sociedade portuguesa, relacionados com o racismo e a xenofobia.
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