Lisboa, 12 Abr (Inforpress) – A emigrante cabo-verdiana em Portugal há mais de quatro décadas Andredina Cardoso considerou que a diáspora tem um papel “muito significativo” no dia-a-dia de Cabo Verde, porque há aspectos que vão “muito além” das remessas monetárias.
Em declarações à Inforpress em Lisboa, a luso-cabo-verdiana, 50 anos, que chegou a Portugal com 3 anos, defendeu que a nova geração dos descendentes dos emigrantes já tem uma “outra visão da vida e do mundo” e agora procuram “muito as suas origens” e visitam Cabo Verde, o que faz com que esses laços sejam “cada vez mais fortes”.
“A diáspora tem um papel muito significativo no que é o dia-a-dia de Cabo Verde. Normalmente o aspecto mais realçado tem a ver com as remessas monetárias, mas vai muito além disso e há um elevado número de pessoas que colaboram naquilo que é o próprio desenvolvimento de Cabo Verde, de formas diversas”, afirmou.
Para a higienista oral, de profissão, a diáspora “não se separa” de Cabo Verde, porque os emigrantes deixam famílias no arquipélago, por isso, desde sempre contribuiu e continua a ter um “peso muito grande” na economia cabo-verdiana.
“Também, ao longo dos tempos tem havido muita integração entre a diáspora e Cabo Verde, ou seja, muitos projectos e acções que vão de cá para lá, não só de Portugal, mas de outros países, através de associações, por exemplo, que tem sempre ligação com o país”, frisou, sublinhando que também querem “interagir” profissionalmente com a terra das suas origens.
Por saber que as associações desempenham funções importantes no suporte aos cabo-verdianos em Cabo Verde e no país de acolhimento, que Andredina Cardoso, desde adolescente e até então, está ligada ao movimento associativo, como a Associação Cabo-verdiana de Seixal, a Cruz Vermelha de Portugal, a Associação Cabo-verdiana de Setúbal, a Associação Cabo-verdiana de Lisboa e a Associação de Empresários e Empreendedores Emigrantes e Refugiados.
“O trabalho do movimento associativo nunca acaba, mas o que acontece é que comunidade emigrada de Cabo Verde entra muito no circuito de migração circular, ou seja, uma pessoa entra em Portugal, mas depois vai para França, Luxemburgo ou Itália e, por vezes, é difícil manter os corpos gerentes da direcção de uma associação durante o tempo vigente de um mandato”, disse, esclarecendo que isto faz com que muitas associações desapareçam.
A emigração circular, que também chegou na sua família, já que os pais de interior da ilha de Santiago (mãe de Flamengos e pai de Saltos), fez o seu percurso migratório entre Portugal e Suíça, tendo voltado para Cabo Verde agora que estão aposentados.
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