Cidade da Praia, 06 Set (inforpress) – O embaixador de Portugal em Cabo Verde, Paulo Lourenço, apontou hoje que o “aumento” da procura de pedidos de visto e “expedientes” utilizados por terceiros para capturar vagas são as principais dificuldades para se fazer o agendamento no país.
“São duas razões que levam a dificuldades para fazer o agendamento: a primeira é o aumento da procura dos pedidos de vistos, o que gera maior dificuldade na obtenção de vaga e a segunda razão tem a ver com expedientes utilizados por terceiros para capturar vagas de agendamento”, frisou o diplomata esta manhã à imprensa após a inauguração oficial das novas instalações do Centro de Recepção de Pedidos de Vistos Nacionais para Portugal, na cidade da Praia.
Neste particular, assegurou Paulo Lourenço que estão a trabalhar nas soluções técnicas juntamente com os serviços centrais para tentar inibir esta situação.
Aliás, sublinhou ainda relativamente a esta questão que a introdução da taxa de serviços no momento do agendamento, que é paga pelo requerente, tem como objectivo também garantir que quem de facto possa obter a vaga é realmente a pessoa que vai ter o visto.
“A introdução das taxas dos serviços consulares no momento do agendamento está a ter um efeito importante, segundo me dizem, em inibir a captura ou açambarcamento digital de vagas e por isso é que antecipamos essa taxa. Essa taxa seria paga mais tarde e antecipamos justamente para criar um efeito de moderação ou de abuso por parte de quem, no fundo, tem meios para capturar os agendamentos”, declarou.
Sobre o erro que dá no sistema no momento em que o requerente faz o pagamento, este responsável ressaltou que o sistema “não é perfeito” e quando há uma procura “muito grande” de pedidos de vistos, muitas vezes, o site dá alguns problemas, mas sublinhou que estão “atentos” a essas questões e que estão também a acompanhar este assunto junto com a VFS Global.
“Não há ninguém mais interessado do que os serviços consulares da Embaixada de Portugal em prestar um serviço de qualidade aos utentes, pois é a nossa obrigação enquanto serviço público, tanto em Portugal como em Cabo Verde de fazer um bom trabalho de interesse público”, sustentou o embaixador.
Adiantou que a embaixada tem vindo sempre a partilhar essas informações com as autoridades cabo-verdianas e que, neste momento, estas preocupações têm estado a ser investigadas pelo Ministério Público.
Para acabar com esses constrangimentos no domínio dos agendamentos, disse que esta instituição tem que encontrar soluções para impedir que terceiros tirem vantagem desta situação e criem uma “indústria em torno dos vistos”.
A Procuradoria-Geral da República informou em Abril que está a analisar as denúncias de “açambarcamento” de vagas para agendamento de vistos para Portugal, em que empresas chegam a cobrar mais de 180 euros, por um serviço que é gratuito.
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