Porto Novo, 07 Ago (Inforpress) – O “abandono” da fábrica de pozolanas no Porto Novo, em Santo Antão, encerrada há sete anos (desde Agosto 2013), continua no centro das preocupações dos porto-novenses, que aproveitam para, uma vez mais, alertar para a situação da cimenteira.
Já por várias vezes, ao longo desses anos, os munícipes, através da imprensa ou aproveitando as sessões da Assembleia Municipal do Porto Novo, têm mostrado a sua preocupação em relação à situação de “abandono” em que se encontra esta indústria, considerada, para muitos, “um recurso estratégico” para Santo Antão.
O munícipe Henrique da Luz, também, deputado municipal, tem sido “um dos mais inconformados” com o estado desta unidade de produção de cimento pozolânico, tendo, por algumas vezes, exortado a câmara do Porto Novo para a necessidade de, conjuntamente, com o Governo encontrar uma saída para a cimenteira.
Pedro Silva, outro porto-novense, é de opinião de que as autoridades locais e o Governo “deveriam se preocupar mais” com a fábrica de pozolanas, situada em Fundão, a cinco quilómetros da cidade do Porto Novo, e encontrarem “uma saída” para esta indústria, que “poderá ser importante para a economia de Santo Antão”.
Outro munícipe “preocupado” com o estado desta unidade fabril é José Lopes, para quem é “uma tristeza” ver a fábrica fechada e a deteriorar-se dia após dia.
A edilidade porto-novense definiu, no início do mandato, como “desafio” encontrar um parceiro estratégico para relançar esta industria, vislumbrando-se, nesta altura, algum interesse de alguns investidores estrangeiros.
Há, pelo menos, dois investidores, um dos quais de origem chinesa, interessados em investir na cimenteira no Porto Novo, informou, recentemente, o edil porto-novense, Anibal Fonseca, convicto de que a sua câmara e o Governo conseguirão “engajar” os empresários para revitalizar a fábrica, instalada em 2005.
Os responsáveis municipais, nas suas missões em Cabo Verde e no estrangeiro, têm feito a promoção deste recurso natural abundante nesta ilha, que começou a ser explorado em 1955 e cujas reservas estimam-se em mais de dez milhões de toneladas.
O Governo prometeu “trabalhar” com a câmara do Porto Novo na procura de um parceiro estratégico para a cimenteira, instalada em 2005, por um grupo de investidores italianos, num investimento a rondar os 500 mil contos, no âmbito de um contrato de concessão da exploração das pozolanas.
Este grupo de investidores, que tinha proposto produzir, anualmente, 80 a 100 mil toneladas de cimento pozolânico, além de derivados (telhas e outros) para o mercado nacional, decidiu, em Agosto de 2013, encerrar a unidade, alegando “dificuldades financeiras” decorrentes de “problemas de mercado”.
As cerca de duas dezenas de trabalhadores que ficaram no desemprego em 2013, com o encerramento da unidade, receberam, em Março deste ano, as indemnizações, na ordem dos cinco mil contos.
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