Porto Novo, 03 Out (Inforpress) – O pároco do Porto Novo, José Pires, defende a realização, neste concelho, de uma campanha de educação da sociedade portonovense, no quadro da implementação da lei do álcool, que entra em vigor a partir de 05 de Outubro.
José Pires, que considera o alcoolismo “um problema sério” no município do Porto Novo, disse ser necessário que as autoridades sanitárias e municipais, em parceria com outras instituições, levem a cabo acções de informação e educação das pessoas sobre essa lei, que, a seu ver, visa o “bem” de todos.
O pároco, que falava, quarta-feira, num encontro de divulgação da lei do álcool, na cidade do Porto Novo, disse ter constado que o problema do alcoolismo atinge “contornos preocupantes” no concelho do Porto Novo, onde já vivenciou, na condição de padre, “muitos casos” de famílias destruídas pelo álcool.
Acredita que a lei do álcool vai contribuir para a protecção das famílias e da saúde pública, pelo que é necessário educar as pessoas para o cumprimento daquilo que esta legislação propõe.
A Comissão de Coordenação do Álcool e outras Drogas (CCAD) já tinha exortado as câmaras municipais de Santo Antão a desencadearam campanhas de divulgação desta lei nas comunidades para possibilitar às populações conhecerem esta legislação “pensada para proteger a saúde das pessoas”.
A CCAD espera contar com “todo o engajamento” dos municípios na socialização, mas também na aplicação e fiscalização da lei sobre o álcool, já que a sua eficácia dependerá muito da acção das autarquias.
A lei do álcool, aprovada por unanimidade pelo parlamento, surgiu no âmbito do plano multi-sectorial ligado ao alcoolismo em Cabo Verde.
As autoridades sanitárias em Santo Antão têm alertado para o “padrão de consumo muito elevado” do álcool nesta ilha, que têm trazido “bastantes problemas” às estruturas de saúde, as quais elegem o alcoolismo como sendo “um dos principais desafios” para esta região sanitária.
O plano sanitário de Santo Antão destinado ao período 2017/2021, prevê a criação nesta ilha de um centro de recuperação para doentes com problemas de alcoolismo, fenómeno que, segundo as autoridades, tem causado “problemas muito sérios e graves” sobretudo aos jovens.
Santo Antão, segundo dados oficiais, está entre as ilhas com maior consumo do álcool em Cabo Verde, estimado em 17 litros/ano, em média por pessoa, com o ponche a figurar-se entre as bebidas mais consumidas pelos santantonenses, seguido pelo grogue, vinho e cerveja.
JM/ZS
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