Porto Novo, 08 Jun (Inforpress) – O sistema irregular de transporte marítimo para as ilhas do Sal e da Boa Vista, aliado à pandemia do novo coronavírus, acabou por piorar o funcionamento do centro pós-colheita, que está, praticamente, encerrado há cerca de um ano.
O delegado do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) no Porto Novo, Joel Barros, admite que, efectivamente, a irregularidade no sistema de transporte marítimo inter-ilhas condicionou muito o funcionamento do centro, já que o mercado para os produtos agrícolas de Santo Antão limita-se apenas a São Vicente.
Para agravar ainda mais a situação, veio a covid-19 que afectou o turismo nas ilhas do Sal e da Boa Vista, as únicas (além de São Vicente) para onde os excedentes de Santo Antão podem ser exportados, devido ao embargo imposto aos produtos agrícolas desta ilha, por causa dos mil pés, reconhece ainda o responsável.
Os próprios produtores agrícolas em Santo Antão concordam, também, que a situação do centro de expurgo, que era “difícil”, desde a sua operacionalização, em 2013, devido à sua má localização, agravou-se, nos últimos anos, por causa dos problemas de transporte para a Boa Vista e o Sal, aliados à covid-19, que afectou o turismo nessas ilhas.
A lei restringe, desde 2010, a exportação dos produtos provenientes de Santo Antão apenas às ilhas do Sal e da Boa Vista, como “medida para evitar a introdução e propagação” desta praga no arquipélago.
Porém, os problemas de transportes marítimos inter-ilhas, que se juntaram à covid-19, têm impedido a exportação dos produtos agrícolas de Santo Antão para os mercados turísticos do Sal e da Boa Vista.
Entretanto, o Governo mantém a decisão de deslocalizar o centro pós-colheita para as instalações do porto, no Porto Novo, segundo ainda o delegado do MAA, assegurando que essa deslocalização “vai ser uma realidade”.
O processo de deslocalização atrasou-se devido à covid-19, mas o projecto está pronto e vai ser uma realidade, afiançou a mesma fonte.
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