Cidade da Praia, 13 Nov (Inforpress) – Quatro dezenas de poetas de Cabo Verde, Açores, Madeira e Canárias estão reunidos na Praia, no VI Encontro Internacional de Poesia da Macaronésia, para debaterem, durante quatro dias, a poesia e apelar à paz no mundo.
Segundo a organizadora do evento, a poetisa Vera Duarte, este encontro, que teve a conferência inaugural sob o tema “Cabo Verde e os Açores, vozes circulantes: Jorge Barbosa, Pedro da Silveira, Urbano Bettencourt”, vai contar com 28 intervenções sobre a poesia, que depois serão reunidas num livro e numa revista da Academia Cabo-verdiana de Letras e um vídeo também com tudo o que foi retratado no evento.
“Estas informações captadas neste encontro podem ser utilizadas para estudos, nas escolas, universidades, encontros, no sentido de fazer com que a poesia chegue a mais pessoas, países e povos”, afirmou.
A festa da poesia nas ilhas da Morabeza, segundo esta responsável, vai servir, igualmente, para fazer um apelo à paz, sobretudo àqueles países que estão em guerra e parabeniza o trabalho das Nações Unidas em prol da ajuda que tem dado a esses povos.
Por outro lado, Vera Duarte esclareceu que os participantes do encontro terão a possibilidade de conhecer Cabo Verde, considerando que que tudo isto vai ajudar para que o país seja conhecido no mundo.
Neste encontro, o poeta cabo-verdiano Jorge Barbosa será o autor homenageado. Segundo Vera Duarte, o autor de “arquipélago” é “muito admirado”, pois, “cantou como nenhum outro poeta as ilhas de Cabo Verde, do que tinha do bem e do mau e que a sua poesia interpela a todos”.
Por seu turno, o Comissário Internacional João Carlos Abreu referiu que este encontro internacional de poetas é um testemunho que mostra o quanto todo estão empenhados em valorizar as culturas, com intercâmbios que considerou serem fundamentais para desenvolver novos laços de amizade e, com esses, aproximar também os arquipélagos da Macaronésia numa afirmação das suas presenças num mundo mais vasto como construtores de pontes entre os diferentes povos do universo.
“A poesia constitui uma força e um veículo da promoção humana e, simultaneamente, das regiões, como gentes, paisagens, culturas, histórias e mares”, assegurou.
Presente na abertura do encontro, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, disse que sem a poesia e sem a cultura, o passado e presente de cada um se transformam numa “casta silenciosa”, pois a “poesia abraça o mundo que precisa de paz”.
“A poesia é uma forma também de ver o mundo que precisa muito dela, sobretudo neste momento de muita guerra que assola o mundo”, disse.
Referindo ao homenageado, Jorge Barbosa, o governante disse que o Ministério das Finanças, em parceria com o Ministério da Cultura e Câmara Municipal da Praia, quer erguer um busto em memória desse poeta claridoso e também em homenagem a todos os poetas cabo-verdianos e da Macaronésia, ou seja, do mundo inteiro, que vai ficar instalado na praça Alexandre Albuquerque, no Platô.
Por outro lado, referiu que a partir do próximo ano os livros vão pagar apenas 200 escudos de impostos de taxas e que vão ser eliminadas todas as taxas estatísticas que se inserem sobre os mesmos, porque, segundo explicou, uma sociedade que não lê é uma sociedade que está “condenada ao fracasso e ao atraso”.
No seu discurso, adiantou também que os artistas que antes não estavam no Regime para Micro e Pequenas empresas (Rempe) vão poder estar, e que a partir do próximo ano, vão passar a ter isenção nos direitos na importação de matérias-primas (equipamentos), inclusive viaturas, para montarem os seus próprios negócios.
“Também vão ter condições para que possam cumprir com as suas obrigações fiscais, para que possam ter o direito a uma pensão, reforma para que sejam cidadãos dignos nesta república que prima pela dignidade da pessoa humana”, vincou.
O VI Encontro Internacional de Poesia da Macaronésia decorre entre do dia 13 a 16 do corrente mês, na Cidade da Praia.
DG/JMV
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