Cidade da Praia, 03 Jul (Inforpress) – Três horas após o lançamento da petição para a institucionalização do 01 de Julho como Dia Nacional de Luta contra Uso Abusivo do Álcool, a mesma já tinha o triplo das assinaturas necessárias para ser aceite no Parlamento.
A informação foi avançada à Inforpress pelo coordenador da campanha “Menos Álcool Mais Vida”, Manuel Faustino, que adianta que a recolha de assinaturas ainda decorre por forma a garantir maior abrangência e dar maior número de pessoas a chance de subscreverem esta proposta da petição.
A petição foi lançada no dia 13 de Junho, no quadro das celebrações do terceiro aniversário da campanha “Menos Álcool Mais Vida”, iniciativa presidencial cujo objectivo é lutar para diminuir de forma significativa este mal que está a afectar as pessoas, a família, a sociedade, a saúde e a economia cabo-verdiana.
Manuel Faustino não precisa quantas assinaturas já foram conseguidas, mas fala em milhares, quando o mínimo necessário para uma proposta do tipo ser aceite na Assembleia Nacional para discussão e aprovação é de 500 assinaturas.
Na sua perspectiva essa adesão “em massa” das pessoas à iniciativa demonstra que estão mesmo preocupadas com a questão do consumo de bebidas alcoólicas em Cabo Verde.
“Precisávamos de 500 e três horas depois de termos iniciado na cidade da Praia, aqui no Platô já tínhamos mais de três vezes esse número”, disse, adiantando que dentro de duas semanas a proposta deve ser entregue no Parlamento.
O que se pretende, explicou, é uma maior conscientização da sociedade para a problemática do alcoolismo, bem como promover a adopção de comportamentos saudáveis de modo a reduzir o consumo abusivo do álcool e as suas consequências no seio da família, da sociedade e na economia cabo-verdiana.
“O que nós pretendemos é, num processo que nos próximos tempos vai adquirir contornos fundamentais, nomeadamente com a entrada em vigor, a 05 de Outubro próximo, da nova lei do álcool que vem trazer mudanças muito significativas, que estamos a lançar essa petição que é mais uma pedra nesse edifício que temos que construir para que de facto tenhamos um país com menos problemas”, adiantou em conferência de imprensa.
Manuel Faustino afirmou que não é razoável que o país tenha uma situação em que 2015 foi importado cerca de dois milhões de contos de leite, três e poucos milhões em cereais e entre a produção e importação de bebidas serem gastos acima dos cinco milhões de contos.
“Há qualquer coisa que não está bem. Não é razoável nós estarmos a ter em 2005 crianças que iniciavam o contacto com bebidas alcoólicas aos 12 anos e em 2013 essa idade baixar para sete. Portanto, nós temos de facto uma situação grave, mas também temos hoje uma circunstância que nos permite falar com algum optimismo da possibilidade de dar volta a essa situação”, disse no lançamento da petição.
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