Cidade da Praia, 27 Abr (Inforpress) – O especialista do Centro de Desenvolvimento da Juventude e Desporto da CEDEAO apontou hoje a elaboração de documentos de política nacional e sub-regional migratória como uma das formas para colmatar os desafios da imigração ilegal.
Este é um dos apelos feitos pelo Mamadou Mignane Diouf, no final da apresentação do tema “Sub-emprego dos jovens na sub-região da CEDEAO e as suas ligações com a imigração ilegal”, neste terceiro dia da reunião descentralizada da Comissão Mista da organização que acontece na Cidade da Praia, entre os dias 25 e 29 de Abril, sobre “Desafios da migração clandestina e o sub-emprego dos jovens em África Ocidental”.
Para além da política nacional e sub-regional, o especialista recomenda reforçar e fazer aplicar os textos da livre circulação das pessoas e bens, já que os africanos migram em África em 99% utilizando os títulos de viagem da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
A criação de alianças entre os actores estatais e não estatais, parlamentares, jornalistas e pesquisadores, a organização de encontros africanos sobre a migração com todos os actores, assim como implicar os parlamentares na gestão dos fundos fiduciários, são outras recomendações deixadas pelo Mamadou Mignane Diouf.
Na sua opinião, cada país ou cada Governo, sozinho, “não pode fazer face às questões de segurança e de diplomacia, num quadro geopolítico de crises”, partindo da hipótese de que as questões de migrações são questões de populações e que estas últimas se “resumem às questões de desenvolvimento”.
Segundo ele, numa geopolítica do género, onde as armas e os militares e grupos armados parecem ter a “primazia” sobre a diplomacia clássica e o diálogo, torna-se urgente” que os Estados-partes envolvidas levem “a sério” as questões da migração, inscrevendo-as no primeiro pano das agendas e organizando-se no plano nacional, sub-regional e internacional.
“As colectividades locais, nomeadamente os governos, as ONG e as organizações da sociedade civil, deveriam participar no processo de responsabilização/apropriação das questões da migração”, afirmou, lembrando que a África Ocidental, “uma zona de livre circulação exemplar”, tem enfrentado, actualmente, problemas de circulação.
Hoje, conforme disse, nos circuitos da migração, “as populações são maltratadas e perseguidas” nos países de trânsito e de destino (continente europeu”, sendo vítimas de “extorsões, de xenofobia e de violências” de todo o tipo, fazendo com que a migração, que é um “dado humano e um comportamento natural”, seja subitamente um problema.
Entretanto, sublinhou que as organizações não governamentais (ONG) apostaram “muito cedo” em defender os migrantes, baseando-se nos textos, tais como o protocolo de livre circulação da CEDEAO e dos seus textos adicionais, indicando que as organizações da sociedade civil da África Ocidental, assim como do Centro e do Norte, tê, mobilizado, “fortemente”, para defender as vítimas da violência, da segregação e da xenofobia”.
DR/JMV
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