Cidade da Praia, 11 Nov (Inforpress) – O deputado da UCID António Monteiro disse hoje que o Governo, sustentando pelo MpD, está a cometer os mesmos erros do PAICV nos 15 anos da sua governação, com a concessão dos avales a Cabo Verde Airlines (CVA).
Ao intervir, na sequência da declaração política do Movimento para a Democracia (MpD, poder) que acusou o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) de desinformação sobre o aval de 100 milhões de contos concedido pelo Governo à CVA, António Monteiro afirmou que é preciso recuar no tempo, quatro anos e meio, quando o País estava em campanha eleitoral, para uma análise “mais séria” da situação.
“Todos nós sabemos aquilo que foi dito na altura. O MpD tinha a receita pronta, as soluções prontas para resgatar os TACV, que era considerada, na altura, um grande risco para as finanças públicas e um sorvedouro do dinheiro público”, disse.
Nessa altura, continuou o deputado da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição), a empresa tinha “um défice de mais de 100 milhões de euros”, (cerca de 12 milhões de contos).
Passados quatros anos e alguns meses, adiantou que os avales concedidos à CVA também ascendem ao montante de cerca de 12 milhões de contos.
“Ora, aqui não há desculpas porque realmente o MpD disse que tinha solução e a solução que nos apresenta agora é conseguir o mesmo feito que o Governo do PAICV conseguiu em 15 anos. Em 15 anos o Governo do PAICV colocou o défice em 12 milhões e o MpD nesses quatro anos e poucos meses, consegue através de avais que dá, colocar esse valor em cerca de 12 milhões de contos”, comparou.
António Monteiro afirmou que há um erro e defendeu a necessidade de reaver esse erro para que no futuro Cabo Verde não continue a ter uma companhia de transportes aéreos a consumir o dinheiro público.
O deputado democrata cristão descodificou a concessão dos avales, explicando que se a companhia não conseguir pagar, a dívida será paga com o dinheiro dos contribuintes cabo-verdianos.
Neste sentido pediu ao Governo que reconheça os erros e que tome “medidas concretas para travar essa situação” e garantir que a CVA tenha uma “outra dinâmica”, independentemente do momento actual que o mundo e País vivem.
A situação da CVA dominou hoje o período de questões gerais na sessão plenária da Assembleia Nacional, que arrancou na manhã de hoje, com um aceso debate com muitas intervenções e acusações dos deputados dos dois partidos e do Governo.
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