Parlamento: PM classifica lixeira municipal de São Vicente como “passivo complicado” que precisa ser resolvido

Mindelo, 24 Mai (Inforpress) – O primeiro-ministro admitiu hoje, no parlamento, que a lixeira municipal de São Vicente é um “passivo complicado” que precisa ser resolvido com a criação de um aterro sanitário no local.

Ulisses Correia e Silva respondia ao questionamento do deputado da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição), António Monteiro, sobre a necessidade de se diminuir a emissão de gases com efeito estufa, especialmente na lixeira municipal de São Vicente, que, asseverou, emite “milhares e milhares de toneladas” de dióxido de carbono para a atmosfera.

O chefe do Governo considerou que a lixeira tem de ter uma solução, como de ser transformado em aterro sanitário, um projecto que, segundo a mesma fonte, está a ser negociado e à procura de financiamento.

“De toda a problemática ambiental, este é um passivo muito complicado em São Vicente. Já fui lá pessoalmente para ver, aquilo é mau demais para continuar e vamos fazer de tudo para dar uma solução à situação”, sustentou.

António Monteiro rebateu lembrando ao primeiro-ministro que o seu partido fez uma proposta para a produção de energia naquele espaço, mas, foi recusado pelo actual Governo.

Ulisses Correia e Silva respondeu confirmando que “vários projectos” foram apresentados para produção de energia através do lixo, inclusive na Cidade da Praia, mas, “todos se mostraram inviáveis relativamente à capacidade de carga para produção de energia”.

O resto do debate sobre a transição energética desenrolou-se com os deputados do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), os do Movimento para Democracia (MpD, poder) e o próprio primeiro-ministro a apontarem o dedo uns aos outros sobre a evolução para as energias renováveis.

Ulisses Correia e Silva disse que o PAICV tem “muita carga do passado e está sempre a trazê-la de volta”, mas, o seu Governo tem 500 milhões de euros em planos para investir e, por isso, quer saber quais as estratégias, objectivos e metas do partido da oposição para o assunto.

Por seu lado, o presidente do PAICV, Rui Semedo, para quem o chefe do executivo “não está a aguentar com a sua carga”, considerou estar o País “muito atrasado e precisa acelerar o passo”.

“Queremos acreditar que a partir deste compromisso, de facto, vai-se acelerar o passo para que se recupere o tempo perdido, para que o País entre na modernidade e que a energia renovável não fique apenas no discurso e entre na prática para transformação do País”, lançou Rui Semedo.

A sessão da Assembleia Nacional continua na tarde de hoje com a discussão de propostas de lei, sendo uma que estabelece o regime financeiro dos Municípios, discussão na generalidade, e outra que estabelece as Bases do Orçamento do Estado, definindo os princípios que regulam a sua formulação, programação, aprovação, execução e avaliação, com discussão na generalidade e especialidade.

LN/HF

Inforpress/Fim

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