Parlamento: PAICV acusa Governo de insensibilidade e de se centrar apenas em números

Cidade da Praia, 11 Mai (Inforpress) – O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) acusou hoje o Governo, no parlamento, de insensibilidade e de se centrar apenas em números, esquecendo-se das pessoas “que estão a passar por dificuldades”.

A acusação foi feita pelo líder da bancada parlamentar do PAICV, João Baptista Pereira, em reação à uma declaração política da deputada do Movimento para Democracia (MpD, poder) Isa Miranda, em que esta disse que o Governo “tem cumprido e bem” as suas funções com “prudência, humildade e responsabilidade”, tendo-se regozijado ainda com a previsão do crescimento económico de 4,1 % em 2023, e de 5,3 % em 2024.

“A deputada vem vangloriar-se do crescimento económico e nos dados que foram apresentados pelo Banco Central, é, de facto, isto que é importante. Acabou por mais uma vez colocar na tela para os cabo-verdianos poderem ver o nível de insensibilidade do Governo que está a governar. Um Governo que se centra simplesmente nos números e que esquece as pessoas que estão em dificuldades”, declarou o deputado da oposição.

João Baptista Pereira manifestou preocupação ao ouvir Isa Miranda falar dos números, do crescimento e dos valores, quando, disse, tem-se um País “a sofrer” por conta da inflação, um sofrimento que, no seu ponto de vista, é maior no mundo rural, em Santiago Norte, por exemplo, “onde famílias estão a passar por dificuldades por conta do desinvestimento na agricultura”.

“Este quadro significa que o MpD propala crescimento, mas não investe nas pessoas, não investe na agricultura, nomeadamente, nós temos aqui dados que nos mostram, por exemplo, que a produção agrícola despencou de 78 mil toneladas em 2014 para 42 em 2019. O investimento no gráfico demonstra tudo”, acrescentou.

O parlamento disse ainda ser insensibilidade ter as pessoas no campo a sofrer sem investimento na agricultura, nas pescas e na pecuária, com crianças a sofrer com o problema no acesso ao agrupamento escolar, que o actual Governo criou “para dificultar a vida das pessoas”.

“E a deputada vem aqui ao parlamento dizer que está a crescer enormemente, está a crescer lindamente, mas pergunta-se para onde está a ir esse crescimento”, questionou a mesma fonte, para quem o crescimento só serve quando ele é distribuído, redistribuído para população.

“A população que sofre, que paga impostos que o Governo simplesmente arrecada, mas que tem dificuldades em marcar 50 mil contos apenas para subsidiar a farinha de trigo e para permitir que o pão baixe e para que as famílias pobres possam pôr pão a mesa dos seus filhos”, concluiu.

GSF/AA

Inforpress/Fim

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