Cidade da Praia, 27 Fev (Inforpress) – Os dois principais partidos da oposição, PAICV e UCID, dizem que não ficaram esclarecidos no debate desta quarta-feira no Parlamento com o primeiro-ministro, mas este garante que mostrou que está no caminho certo.
A União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID), proponente do debate sobre questões sociais e ambientais, pela voz do seu líder, António Monteiro, afirmou que o mesmo não trouxe nenhuma esperança, porque questionaram de forma “clara e objectiva” e a resposta “foi um redondo não”.
“Infelizmente, estamos a terminar um debate em que as pessoas lá em casa (…) ficaram sem saber realmente aquilo que nós andamos aqui a fazer desde manhã. Em 9991, o Orçamento do Estado era de oito milhões de contos e, hoje, temos um orçamento de 71 milhões, ou seja, nove meses mais que daria para muita coisa”, lançou António Monteiro.
Na mesma linha, a presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Janira Hopffer Almada, afirmou que estiveram três horas a discutir sobre questões sociais e ambientais e o primeiro-ministro “não levou nenhuma ideia e nem demostrou que está a implementar nada de novo”, o que a seu ver, “a governação não está a correr bem”.
“Não lhe corre bem porque o senhor prometeu mundos e fundos aos cabo-verdianos e não está a conseguir cumprir as suas promessas. Prometeu 45 mil empregos aos jovens cabo-verdianos, hoje e nas cidades, os jovens estão desesperados à espera desse trabalho digno que lhes foi prometido”, apontou acrescentando que, no campo, os jovens estão a trabalhar dois meses durante um ano nas Frentes de Alta Intensidade de Mão de Obra (FAIMO) para receber 300 escudos por cada dia de trabalho.
Segundo a presidente do maior partido da oposição, por causa destas e outras “promessas não cumpridas” “a perspectiva de falsear os dados e de adulterar os dados” já se vai tornando habitual no primeiro-ministro.
O deputado Carlos Monteiro, do Movimento para a Democracia (MpD, situação) lembrou que neste ano de 2019 já saíram três relatórios que avaliaram positivamente a performance de Cabo Verde.
“Um é “The Economist”, que nos põe na 26ª posição no mundo, saiu a Transparência Internacional, que nos classifica muito bem, também na 45ª posição, e saiu e relatório de “Freedom House”, que diz que nós somos um dos países mais livres do mundo”, destacou.
Já o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, considerou que Cabo Verde “está de parabéns” com este debate porque conseguiu mostrar que está no caminho certo.
“As pessoas sabem que está a produzir resultados no crescimento económico, no emprego, no rendimento das famílias, resultados na inclusão social, na habitação, na educação e na saúde os indicadores estão a evoluir positivamente. Mas as pessoas sabem e fazem os juízos também justos”, defendeu.
O chefe do Governo recordou que já está a três anos da governação e que as pessoas conhecem o país real.
“Nunca enganamos as pessoas e falamos a verdade que há de facto dificuldades, que há pobreza a combater, que há desemprego, mas se compararmos esses dados (…) verá que há uma evolução positiva”, sentenciou Ulisses Correia e Silva, para quem essa tendência positiva foi “um corte com aquilo que tivemos até 2016”.
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