Cidade da Praia, 08 Fev (Inforpress) – O ministro do Mar disse hoje que o Governo não recebeu qualquer alerta da União Europeia de risco da perda de derrogação e anunciou para quinta-feira, 09, a comissão mista entre o Governo e a União Europeia.
Ao reagir a denuncia do PAICV (oposição) em como o Governo já foi informado do risco da perda de derrogação de pesca, feita durante o debate parlamentar, Abraão Vicente admitiu que a derrogação não é um problema simples, sublinhando que se fosse simples o PAICV o teria resolvido durante os 15 anos em que esteve no poder.
“Desminto taxativamente que o Governo tenha recebido qualquer documento da UE que seja um aviso do termino da nossa parceria estratégica”, disse o ministro, reiterando que a questão da derrogação vai estar em cima da mesa na reunião da comissão mista de quinta-feira, em São Vicente.
Durante a sua intervenção inicial, o deputado do PAICV, eleito por São Vicente, João do Carmo, adiantou que aquando da última derrogação o Governo prometeu à União Europeia que se ia trabalhar na melhoria das condições de pesca, para aumentar a capacidade de fornecimento das indústrias nacionais, “algo que não aconteceu”.
“Até agora, nada se fez. Já vamos na segunda derrogação, e o Governo já fala em uma terceira, por mera falta de capacidade de desenvolver o sector, há riscos iminentes da suspensão da derrogação. O Governo já foi informado”, denunciou.
No entanto o ministro do Mar disse que os trabalhos estão a ser feitos e elencou uma série de acções desenvolvidas e em curso.
“São cerca de 354 mil contos só para construção de infra-estruturas, nomeadamente sete arrastadores, um pouco por Cabo Verde, a casa dos pescadores e áreas adjacentes, requalificação de cais da Ribeira da Barca, complexo de pesca da Boa Vistas, desembarcadouro da casa pescador, complexo de pesca de Maio e antiga fábrica do Maio”, apontou.
O Governo adiantou ainda que, “na lógica de cadeia de valor”, mais de 145 mil contos vão ser investidos estando ainda em perspectiva a mobilização de mais de 35 milhões de euros até 2026.
“O trabalho está a ser feito”, garantiu o ministro.
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