Cidade da Praia, 18 Abr (Inforpress) – O Programa Alimentar Mundial (PAM) vai ajudar Cabo Verde na mobilização de recursos com vista ao reforço das cantinas escolares, e ver a possibilidade de assistência alimentar, tendo em consideração os impactos da crise internacional.
Estas afirmações foram feitas pelo director Regional do PAM das Nações Unidas, Chris Nikoi, à margem de uma reunião realizada hoje com o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, que contou igualmente com a presença da representante da FAO em Cabo Verde, Ana Touza.
O objectivo do encontro vem na sequência da solicitação do Governo de Cabo Verde para o reforço da alimentação escolar, para se traçar estratégias de reforço, e ao mesmo tempo, discutir a possibilidade de assistência alimentar, tendo em conta a crise internacional e a sua consequência na segurança alimentar.
“Acabei de ter um encontro com o ministro da Agricultura. O mundo está a fazer face ao desafio da segurança alimentar e isto tem um grande impacto num pequeno país como Cabo Verde, pelo que vamos acompanhar Cabo Verde em todas as mudanças decorrentes da crise”, assegurou.
Segundo acrescentou, o País é reconhecido pela “tenacidade” do seu povo e o Governo não tem poupado esforços no sentido de mobilizar recursos junto da comunidade internacional.
O ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, por seu lado, explicou que Cabo Verde conseguiu até agora aguentar os efeitos da crise, evidenciando que com a guerra na Ucrânia, a situação piorou consideravelmente.
“A resposta foi imediata, nós pudemos há cerca de 15 dias desenvolver muito bem os contactos, houve uma missão técnica que agora termina em Cabo Verde do PAM, missão esta que foi a Santo Antão e também aqui em Santiago, com estas duas ilhas nós vamos ter possibilidade de fazer a caracterização da situação”, esclareceu.
Por Cabo Verde ser um país dos mais impactados, dependente da importação de alimentos considerados de base e que deixou de ter ajuda directa do PAM para as cantinas escolares, o ministro realçou que desde 2010 o Governo tem estado a gerir “muito bem” as cantinas, mas advertiu que agora está-se a falar de uma situação muito excepcional.
“Recebemos a anuência do PAM em se juntar a Cabo Verde para mobilização de recursos, é uma agência das Nações Unidas que não financia directamente, é necessário termos parceiros de desenvolvimento que financiam estas medidas e vamos ter do PAM um bom parceiro nesta advocacia que temos de fazer conjuntamente para a mobilização de recursos junto dos parceiros internacionais”, explicou.
Já a representante da FAO, Ana Touza, afiançou que estão a trabalhar juntos para ver como apoiar sobretudo para a melhoria da disponibilidade de alimentos e das condições de vida das famílias mais vulneráveis do País.
Esta responsável apontou as ilhas de Santo Antão e interior de Santiago como sendo as com maior impacto em termos de vulnerabilidades, constatadas no terreno, cujas populações enfrentam problemas em conseguir alimentos para a família e para os animais.
“Estamos a desenvolver propostas e projectos para tentar apoiar os criadores que têm tido impacto muito grande, estamos num “djunta mon” para assegurar uma alimentação, um compromisso que temos com o País de fornecer 25% na nutrição das crianças e nós vamos continuar e fazer o possível para continuar, asseverou.
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