PAICV está “desatento e lento” em relação ao ranking da dívida pública – MpD

Cidade da Praia, 17 Mar ( Inforpress) – O Movimento para Democacia (MpD-poder) considerou hoje, na cidade da Praia, que o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV -oposição), está “desatento e lento” em relação ao ranking da dívida pública.

A observação foi feita em conferência de imprensa pelo secretário-geral do MpD, Luis Carlos Silva, em reação ao seu homólogo do PAICV, Julião Varela, que disse estar preocupado com a queda de duas posições do País no ranking da dívida pública e exortou o Governo a estabelecer medidas para as reduzir.

A agência de rating norte-americana Fitch classificou Cabo Verde no nível “B-“, com uma perpectiva estável, no rating de Inadimplência de Emissor de Moeda Estrangeira (IDR) de longo prazo.

De acordo com Luís Carlos Silva, o PAICV precisou de 39 dias para analisar e tirar as suas conclusões sobre o relatório, pelo que, segundo ele, o país precisa de uma oposição mais atenta e assertiva.

“O país precisa de uma oposição mais atenta e mais assertiva”, notou o dirigente do partido que sustenta o Governo, considerando que a pesar de todo este atraso, o PAICV se deixou levar pela sua ânsia de pintar de negro o País e comete imprecisões e erros grosseiros”, frisou Luís Carlos Silva.

O MpD contraria, por isso, a posição do PAICV, quando diz que o país caiu duas posições, esclarecendo que Cabo Verde tem mantido a pontuação de “B-“desde 17 de Abril de 2020.

“A verdade dos factos é que temos mantido uma grande estabilidade nas classificações desta agência. De Março de 2014 a Dezembro de 2019, mantivemos sempre com a pontuação de “B”, sendo, no último relatório com “B” foi a 13/12/2019”, acrescentou.

Para o secretário-geral do MpD, redução para “B-“, no ultimo relatório , era “normal e expectável ” num cenário de pandemia.

“Pois, como muitos outros países no mundo, incluindo as economias mais avançadas, tivemos de aliviar na disciplina orçamental para alargar a capacidade de intervenção, por exemplo pela via do endividamento, para podermos ter capacidade de acção e enfrentar as terríveis e conhecidas consequências da pandemia”, explicou Luís Carlos Silva, lembrando que foi assim em 2020, 2021 e também em 2022, com as consequências da guerra.

“Mas o PAICV, fruto de uma grande criatividade, consegue transformar um relatório que realça a resiliência e capacidade de combate de Cabo Verde na luta contra os constrangimentos que resultam da crise, em um relatório “negro” e se apressa a impor interpretações e caminhos alternativos”, acusou.

Contudo, Luís Carlos Silva, explicou que o volume da dívida pública, “que já era alta em 2016” , durante a pandemia seguiu uma trajetória ascendente.

“A Fitch espera que a dívida pública de Cabo Verde em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) permaneça em uma trajetória descendente no médio prazo, caindo para 121 por cento (%) do PIB em 2024, de 143,7% em 2021, impulsionada principalmente pelo forte crescimento nominal do PIB.”, precisou Luís Carlos Silva, citando a agência norte-americana.

“Ao contrário da narrativa do PAICV de que a Fitch recomenda que a dívida pública passe a ter trajetória decrescente”, a Fitch reconhece e incentiva continuarmos a trajetória descendente da Dívida. Pois já estamos em rota descendente”, notou o dirigente” ventoinha”.

A Fitch prevê que o crescimento real do PIB de Cabo Verde acelere para 9 %, em 2022, em parte impulsionado por uma “forte recuperação” do sector de turismo do País, que representa cerca de 25 % do PIB.

OM/JMV

Inforpress/Fim

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