Cidade da Praia, 07 Abr (Inforpress) – O director-geral da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), Daren Tang, adiantou hoje que a organização vai apoiar cerca de 200 empresas cabo-verdianas no desenvolvimento das suas capacidades e utilização da propriedade intelectual para alcançar outros mercados.
Este responsável, que está de visita a Cabo Verde, avançou esta informação durante a sua intervenção na cerimónia de abertura da conferência internacional sobre “o contributo da propriedade intelectual (PI) na promoção da inovação e na transição para uma economia sustentável”, que decorre hoje e esta sexta-feira, na Cidade da Praia.
De acordo com o director-geral da OMPI, a pandemia fez com que a propriedade intelectual tornasse mais resiliente nos últimos anos e acelerou o processo da transição digital e as novas tecnologias.
“O crescimento dos últimos anos mostra que a inovação tem sido uma actividade que tem contribuído no desenvolvimento dos países e surgimentos de economias emergentes”, afirmou, destacando os ganhos que Cabo Verde alcançou a nível do continente, ao subir 11 posições no ranking da OMPI.
Daren Tang avançou que a PI quer trabalhar no reforço da cooperação com Cabo Verde em várias áreas, com destaque para a economia digital e indústrias criativas.
Acrescentou que a organização prevê apoiar nos próximos tempos 200 empresas cabo-verdianas a tirarem proveito da propriedade intelectual, tendo como projecto piloto o apoio ao desenvolvimento das marcas do vinho do Fogo nos mercados internacionais.
Prometeu, por outro lado, enquanto director-geral da OMPI trazer uma nova visão da PI enquanto instrumento de desenvolvimento, mas também como instrumento de desenvolvimento de todas as economias.
O director-geral da OMPI defendeu neste sentido a necessidade de se envolver a sociedade civil, os investidores, as startups e pessoas que estão a trabalhar na área da inovação, salientando que a PI tem de ajudar as pessoas a tirarem melhor proveito da Propriedade Intelectual.
Por seu turno, o ministro da Indústria e do Comércio, Alexandre Monteiro, afirmou que o apoio da OMPI chega num “momento especial “para o sistema de propriedade intelectual em Cabo verde, isto porque lembrou, o Governo acabou de aprovar a Carta Politica para a Propriedade Intelectual, um instrumento importante, segundo o governante, na formalização do plano estratégico para a política da PI em Cabo Verde.
“Este apoio ocorre também no momento em que acabamos de aprovar e de depositar ontem, formalmente, quatro instrumentos importantes que foram aprovados, em termos de tratados da OMPI que irá contribuir para enriquecer o sistema de propriedade Intelectual no domínio da área da propriedade industrial em Cabo Verde”, asseverou.
O Governo, salientou, quer um sistema de propriedade intelectual que valorize os recursos naturais do país, possa contribuir para preservar a identidade cultural e estimular a inovação, criatividade, com o objectivo final de desenvolvimento tecnológico, económico, social e cultural de Cabo Verde.
“Queremos um sistema de propriedade intelectual com políticas da PI integradas nas políticas e estratégias de desenvolvimento do país com destaque para as áreas prioritárias como a economia azul, economia verde, criativa, indústria, comércio e turismo”, realçou.
A Propriedade Intelectual (PI) é uma das pedras angulares da política económica moderna e considerada um catalisador para desenvolvimento e crescimento económico dos países.
Actualmente, a PI é vista como uma das componentes fundamentais das políticas públicas e estratégias adotadas pelos governos para galvanizar o desenvolvimento dos seus respectivos países, pois contribui para valorização dos recursos naturais, agregação de valor aos bens e serviços, a preservação da identidade cultural e o incentivo à criatividade e à inovação.
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