Cidade da Praia, 24 Jan (Inforpress) – A coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde defendeu hoje, na Cidade da Praia, que o novo quadro de cooperação entre Nações Unidas e o arquipélago deve ser “mais estratégico, estruturante e integrado”.
Ana Graça defendeu esta ideia em declarações à imprensa, depois da cerimónia de abertura do retiro da equipa das Nações Unidas em Cabo Verde, a decorrer hoje e terça-feira, 25, que entre outros, irá lançar o processo do novo Quadro de Cooperação das Nações Unidas com o País para quinquénio 2023-2027, definir os objectivos estratégicos do mesmo e reforçar a sua acção conjunta e coordenada, no quadro da reforma das Nações Unidas, em prol do desenvolvimento sustentável do arquipélago.
“Temos que ter um quadro de cooperação que seja muito mais estratégico, mais estruturante e mais integrado para conseguir, efectivamente, responder aos desafios do País e globais e que requer esta interdependência que nós conhecemos da complexidade dos desafios. Portanto, temos que dar um salto qualitativo para assegurar maior integração nas respostas e na busca de soluções para os desafios de Cabo Verde”, afirmou.
Segundo Ana Graça, o quadro que se espera é que cubra os aspectos que são prioritários ao nível do desenvolvimento do capital humano, ao nível do desenvolvimento inclusivo e na perspectiva de uma transição saída de uma crise, que se quer “mais justa, mais inclusiva, mais verde e mais resiliente”, com o reforço das instituições, lembrando que as prioridades do Governo para o País têm a ver com a coesão territorial e a descentralização, sempre com a perspectiva de alcançar os que são os mais vulneráveis.
“Estamos na fase ideal, porque o Governo está no processo acelerado da elaboração do segundo Plano Estratégico do Desenvolvimento Sustentável [PEDS] e tal como o anterior, vai estar integralmente alinhado com a Agenda 20-30 e, portanto, o nosso trabalho também se torna mais fácil e o que nós queremos, enquanto Nações Unidas, é que cada vez mais, tenhamos uma contribuição grande em termos desse plano estratégico”, frisou.
De acordo com a coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas, o próximo quadro de cooperação deverá ser o reflexo daquilo que as Nações Unidas poderão contribuir para o alcance do novo PEDS, sublinhando que, em termos de prioridades pode-se apontar a recuperação da pandemia da covid-19 em todos os níveis, mas também de um relançamento da economia de uma forma inclusiva e muito mais justa, sem esquecer a acção climática tem sido uma “bandeira” de Cabo Verde.
O encontro de dois dias é co-presidido pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Miryan Vieira, e pela coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde, Ana Graça, e irá lançar as bases e o processo para o novo quadro de cooperação que deverá ser assinado em Setembro deste ano, por isso, as verbas a serem disponibilizadas ainda não são avançadas.
O mesmo conta com uma vasta participação de directores regionais África e das diferentes sedes do Sistema das Nações Unidas, incluindo novas entidades que manifestaram já interesse em fazer parte do próximo quadro de cooperação, nomeadamente o Gabinete de Informação e Telecomunicações do Sistema das Nações Unidas, a entidade especializada em termos de investimento, de comércio internacional, integração e a própria questão dos Estados insulares e a Comissão Económica Africana.
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