Cidade da Praia, 14 Set (Inforpress)- O ano lectivo 2022-2023 vai estar marcado pela implementação de um sistema de avaliação das aprendizagens que reforça as exigências e os critérios de avaliação dos alunos, que vão ao encontro dos ‘rankings’ internacionais da qualidade do ensino.
Esta informação foi avançada hoje pelo ministro da Educação, Amadeu Cruz, à margem de uma conferência de imprensa proferida na Cidade da Praia, com o objectivo de apresentar informações sobre a preparação/organização do arranque do ano lectivo 2022/2023.
Neste sentido, informou que o funcionamento deste ano lectivo decorrerá num quadro de estabilização das matrizes do ensino básico obrigatório, do 1º ao 8º ano de escolaridade, e de continuação da implementação da reforma curricular do ensino secundário, via geral e via técnica, iniciada no ano anterior.
“Assim, após a introdução do novo plano curricular no 9º ano de escolaridade, em 2021-2022, no presente ano lectivo serão implementados os novos planos curriculares do 10º ano de escolaridade, que alargam áreas opcionais de especialização, com a integração da área das artes.
Segundo acrescentou, aumenta-se a duração de dois para três anos lectivos, na perspectiva do alinhamento do perfil de saída do ensino secundário aos padrões dos países mais avançados.
“Conforme o pacote legislativo publicado em Julho passado, a reforma curricular em curso visa, ainda, reforçar as competências das novas gerações nos domínios das línguas, da matemática das ciências e das tecnologias, ao mesmo tempo que se inicia uma experiência a partir do 10º ano de escolaridade”, sublinhou.
Na mesma ocasião, Amadeu Cruz destacou outras novidades para o ano lectivo que arranca na próxima segunda-feira, 19, indicando o ensino da língua crioula e a implementação do sistema de formação contínua dos professores.
“O ensino da língua crioula opcional e experimental estará disponível em todas as escolas do País, a partir do 10º ano, os alunos podem fazer a escolha, fazer inscrição em função de números de inscritos”, disse, assegurando que a Direcção Nacional de Educação vai garantir as condições, quer em termos de docência quer em termos de materiais didáticos e do programa para essa disciplina.
Confrontado sobre alegadas informações de que uma escola privada tem obrigado os alunos a não falarem o crioulo, mesmo estando nos intervalos das aulas, o ministro respondeu que não se está perante conflitos, entendendo que as escolas podem ter os seus procedimentos.
“Alias, o crioulo cabo-verdiano é uma língua que emerge da identidade nacional, assim como o português é o elemento estruturante da identidade cabo-verdiana. E, portanto, nós não estamos em conflito, respondeu, ajuntando que as duas línguas estão assentes na Constituição, pelo que os estudantes são livres de usá-las.
Por outro lado, anunciou que foram transferidos para este ano lectivo cerca de 240 professores de um total de perto de 640 pedidos de transferência, contratados cerca de 300 novos professores para preenchimento de vagas decorrentes das aposentações e do aumento de turmas e de novas disciplinas das matrizes do ensino secundário. Do total, apontou, estão colocados nas escolas cerca 6.500 professores.
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