Cidade da Praia, 16 Nov (Inforpress) – O porta-voz da Comissão Política Regional do MpD em São Domingos, Hipólito Gonçalves, disse hoje que o estado actual do município reflecte as más decisões da autarquia e denunciou o que qualifica de “destruição sistemática” do património municipal.
Em conferência de imprensa na sede do partido na Cidade da Praia, Hipólito Gonçalves criticou a governação do presidente Isaías Varela, destacando o agravamento do ambiente na Câmara Municipal de São Domingos marcado por “descriminação, tortura psicológica e perseguição aos funcionários”.
“Já tínhamos expressado anteriormente a nossa preocupação com os altos custos associados à profissionalização de sete vereadores, 12 mil contos anuais, o aumento acelerado de despesas com o pessoal, apesar de o próprio Isaías Varela e o PAICV terem anteriormente dito que a CMSD tem excesso de funcionários” recordou.
Segundo a mesma fonte, os funcionários continuam a frequentar o edifício dos Paços de Concelho apesar das salas terem sido interditadas devido ao risco de queda de tecto, reflectindo, mais uma vez, o estado de deterioração do património do Estado, dificuldades financeiras resultado de desperdício, má gestão e ilegalidades na aquisição de bens e serviços.
“Não podemos ignorar os quase três anos em que a Câmara Municipal de São Domingos manteve fechada a Oficina de Variante, abandonando dezenas de profissionais quadros, mecânicos, electricistas, carpinteiros e dilapidando activos valiosos, máquinas, equipamentos, ferramentas, peças e viaturas”, continuou, afirmando a existência de duas viaturas apreendidas por falta de pagamento dos serviços estimado em milhares de contos.
O porta-voz questionou “por onde anda os restantes 115 mil contos” do empréstimo obrigacionista de 160 mil contos contraído junto da Bolsa de Valores em 2022 destinados à construção da cidade de Ribeirão Chiqueiro.
“A falta de justificativa da aplicação do dinheiro leva-nos a crer que há motivos para suspeitar do mau uso desse dinheiro. É preciso e necessária a actuação por parte dos órgãos responsável pela inspecção e controlo administrativo e de fiscalização jurisdicional da execução orçamental” realçou, afirmando que verbas não foram destinadas para projectos de infra-estruturação do município.
“Exigimos que a câmara municipal pague, retroactivamente, o aumento salarial concedido no Orçamento do Estado 2023 recebido pela CMSD através do Fundo de Financiamento Municipal. Mas também exigimos o cumprimento dos pagamentos ao INPS, porque os trabalhadores continuam sem assistência médica e medicamentosa”, denunciou, sublinhando que a câmara municipal segue sem honrar os compromissos com os funcionários.
A comissão política exigiu igualmente a actualização salarial prevista no Orçamento de Estado para 2024 e a materialização dos projectos da plataforma eleitoral “para que se possa atingir a meta de pelo menos 20 por cento (%) das suas promessas”.
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