Mindelo, 31 Mar (Inforpress) – Os representantes de uma missão da Organização Internacional de Hidrografia (OIH) recomendaram hoje no Mindelo, a criação de uma equipa técnica com capacidade e autonomia para trabalhar na implementação de um serviço de hidrografia no país.
A recomendação foi feita no final de um encontro de trabalho de referida missão, constitutiva pelo representante do Instituto Hidrográfico de Portugal (IHP), António Peirço, e o representante de Serviço Hidrográfico e Oceanográfico da Marinha Francesa, Henri Deleau, que se encontram no país a convite da Agência Marítima e Portuária (AMP) desde do dia 28.
A missão enquadra-se no âmbito das actividades de preparação para a auditoria obrigatória da Organização Marítima Internacional (IMO, sigla em inglês), que decorrerá no próximo mês de Maio.
Segundo o comandante António Peiriço, chefe da missão, o intuito desta visita técnica relaciona-se directamente com a segurança da navegação no âmbito da Convenção SOLAS, que será alvo da auditoria, e visa avaliar o estado em que se encontram os assuntos ligados à hidrografia, no tocante a cartografia naval e avisos à navegação.
Depois de três dias de trabalho, a missão recomenda a edificação de uma equipa hidrográfica, “não muito grande”, que será capacitada em matéria de recolha de dados para que, num “futuro muito próximo e a médio e longo prazos,” possa proceder ao levantamento dos dados hidrográficos no país, os quais, posteriormente, serão enviados para Portugal de modo a que as informações possam estar sempre actualizadas.
O técnico do IHP considerou que um Estado costeiro como Cabo Verde tem que ter capacidade de efectuar levantamentos hidrográficos e a cartografia náutica, um serviço que neste momento é assegurado pelo instituto de Portugal.
Dai que, segundo considerou, a criação dessa equipa nacional será um “contributo precioso” para facilitar o envio dos dados para que as cartas possa estar sempre actualizadas e de acordo com o que é pretendido e exigido pelas organizações internacionais.
O presidente da AMP, António Lopes Cruz, realçou, por seu turno, a importância da vinda desta missão ao país que, para além de fazer uma avaliação do serviço hidrográfico, ainda ajudará o arquipélago a colmatar “algumas lacunas” no cumprimento da convenção SOLAS, mais concretamente no capítulo da prevenção de acidentes marítimo.
O serviço de hidrografia é um sistema de “grande importância”, segundo o presidente da AMP, tendo em conta que Cabo Verde, enquanto arquipélago localizado no centro do Oceano Atlântico, precisa de cartas náuticas “actualizadas constantemente”.
Este serviço tem sido actualizado sempre, conforme avançou António Cruz Lopes, graças ao apoio da OIH, embora Cabo Verde não seja membro, e em especial da IHP que tem assegurando, segundo diz, “uma excelente” colaboração de apoio técnico nesta matéria, actualizando todas as cartas navais, quer as portuárias quer as cartas gerais do país.
Os serviços de hidrografia visam obter dados actualizados das águas marítimas a fim de proceder a actualização das cartas náuticas que são utilizadas tanto para navios de comércio como para navios de pesca e navios de recreio.
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