Cidade da Praia, 26 Jan (Inforpress) – O ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, refutou hoje as acusações dos enfermeiros inscritos na bolsa de competência que se dizem descontentes com a situação laboral precária, garantindo que o enquadramento é feito em função das necessidades.
O governante refutou as acusações, na Cidade da Praia, à margem da reunião ordinária do Conselho Superior da Comissão de Coordenação do Álcool e outras Drogas (CCAD), quando instado pela Inforpress para reagir às denúncias feitas pelo grupo de enfermeiros que dizem estar contratados no âmbito da covid-19 e a “trabalhar na linha da frente no combate à pandemia”, com descontos legais no salário, porém sem direito à segurança social, férias e quaisquer vínculos com o Ministério da Saúde.
“Não estão em situação precária. É preciso esclarecer bem. Do concurso de 2018, em 2020 foram recrutados 179 enfermeiros, outros ficaram na bolsa de competência esperando para serem integrados e recrutados à medida que ia havendo disponibilidade. Esses enfermeiros estão a trabalhar com contratos no âmbito da covid-19 em que tivemos que fazer grande recrutamento de enfermeiros”, explicou Arlindo do Rosário, esclarecendo que tal situação “não é precária”.
Segundo ele, neste momento, o Governo está com dificuldades em recrutar mais enfermeiros em todas as ilhas, porque recentemente, motivado pelo aumento de casos de covid-19 pela variante Ómicron, o Ministério da Saúde fez um novo recrutamento para um período de três meses para compensar a perda temporária de profissionais infectados.
“Os enfermeiros não têm razão no sentido de que estão em situação precária. O enquadramento far-se-á em função das necessidades, pensando também que na Saúde precisamos também dos médicos, dos enfermeiros e dos outros técnicos. O trabalho tem de ser para a criação de equipas multidisciplinares e neste sentido será feito um equilíbrio em termos de recrutamento e não só de uma classe profissional”, defendeu.
Para além do acesso à segurança social, esses profissionais que, em comunicado, pediram anonimato, apontaram o atraso no pagamento das horas extras “por falta de verbas, como afirma o próprio Governo” e perguntaram até quando vão ficar contratados, visto que já sofreram “várias ameaças de rescisão dos contratos, principalmente quando os casos de covid-19 diminuem”.
Os enfermeiros explicaram que ficaram na bolsa de competência, actual reserva de recrutamento, do concurso realizado pelo Ministério da Saúde em 2018, conforme o regulamento do concurso e “após ser violado pelo próprio Ministério da Saúde”, este os enviou um email com a integração dos enfermeiros na reserva de recrutamento, sendo que esta situação já dura há três anos e sem qualquer resposta.
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Inforpress/Fim