Cidade da Praia, 11 Dez (Inforpress) – O ministro da Cultura, Abraão Vicente, disse hoje que a reabilitação da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, na Cidade Velha, Património Mundial da Humanidade, será um “contributo para o enriquecimento” da memória e história nacional.
O governante fez esta declaração aos jornalistas após presidir o acto simbólico que marcou o arranque das referidas obras de reabilitação, orçada em 50 mil contos, “feito exclusivamente pelo Governo de Cabo Verde”, dentro de uma “política consistente” de reabilitação do património histórico construído.
Segundo o ministro, trata-se de um processo de restauro em que se vai “tentar recuperar o máximo” dos traços e das características originais daquela igreja, “uma das mais relevantes construções patrimoniais” de uso ainda religioso.
“Nós acreditamos que o seu restauro pode ser um contributo, não só para o enriquecimento do nosso património material, mas para o enriquecimento da nossa memória histórica e colocar esta igreja no circuito daquilo que é o património religioso relevante construído fora da Europa e que possa ser visitado como um cartão postal por si só”, acrescentou.
Apesar de já ser classificado património da humanidade, Abraão Vicente afirmou que os técnicos na sua avaliação notaram “várias irregularidades e violação” daquilo que é o traço original naquela igreja.
“Basta ver aqui a presença dos túmulos dentro da igreja, que é algo completamente fora do quadro daquilo que é a igreja original”, exemplificou.
Conforme o ministro, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário vai passar pela substituição do piso, dos telhados e vai ser “cascada” para voltar a ter o material inicial.
E tudo, “muito importante”, disse, vai ser feito com material cabo-verdiano, tais como a pedra e o cal, da ilha do Maio, e a pedra pozolana de Santo Antão.
“Vamos tentar também fazer alguns aspectos um upgrade naquilo que é a própria igreja, sendo sempre em concentração com a igreja”, ajuntou Abraão Vicente citando, por exemplo, o fundo da igreja e o altar em que se está a pensa fazer um trabalho artístico “mais elaborado”.
Basicamente, referiu Abraão Vicente, pretende-se ter uma igreja “referência nacional”, isso sem contar com a parte da musealização dos próprios túmulos e de tudo aquilo que se vai descobrindo no processo arqueológico.
É que, para além do trabalho de restauro, o Instituto do Património Cultural (IPC) tem planeado, segundo o ministro da Cultura, um trabalho arqueológico de recolha e estudo de tudo que for encontrando, à medida que o trabalho for avançando.
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