Cidade da Praia, 21 Nov (Inforpress) – A ministra da Saúde disse hoje que a telemedicina é uma aposta ganhadora para o sistema Nacional de Saúde em Cabo Verde apesar dos constrangimentos a serem ultrapassados em vários domínios do sector.
Filomena Gonçalves, que falava na cerimónia de abertura do encontro regional de telemedicina promovido pela OMS/AFRO com apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Genebra, referiu-se sobre a implementação das TIC no sistema de saúde, a implementação dos cuidados universais, a melhoria e o acesso aos cuidados como desafios a serem ultrapassados.
“Está-se a trabalhar de forma árdua, para os ultrapassar, nos próximos anos, tendo em vista sua potencialização e consolidação”, disse lembrando que o programa de telemedicina foi estabelecido em Cabo Verde em 2012 com o intuito de melhorar o acesso aos cuidados especializados para a população nas ilhas.
A governante realçou ainda que todas as ilhas têm, pelo menos, um ponto de telemedicina, ressaltando, por outro lado, que três das ilhas do arquipélago cabo-verdiano dispõem de dois pontos.
“A telemedicina tem sido um recurso incontornável, para o alcance da cobertura universal, pelo que foram mobilizados mais fundos para melhorar as condições em que é aplicada, através da cooperação japonesa, Banco Mundial e outros parceiros de Cabo Verde”, garantiu, salientando que o facto da OMS ter dado o País como referência nesta matéria deve ser também oportunidade para se melhorar e trabalhar mais o sistema.
Neste âmbito, afirmou que o Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário para o período 2022/2026 prevê investimentos na melhoria de condições para que os constrangimentos sejam ultrapassados.
A ministra da Saúde, referiu-se ainda à elaboração de um Plano Estratégico Nacional de Saúde Digital que irá abraçar outras valências para além da telemedicina.
“Com a instalação do cabo submarino de fibra ótica EllaLink em 2021 Cabo Verde passou a ter melhores condições para o tráfico de dados digitais, o que será uma vantagem e oportunidade para a implementação das futuras estratégias no âmbito da saúde digital”, acrescentou.
Filomena Gonçalves disse também que durante a covid-19 o programa da telemedicina foi utilizado para discussão de casos, protocolos clínicos e análises de dados, salientado ser inequívoco que a existência de um suporte tecnológico, de comunicação e de informação seja requisito fundamental para a melhoria do sistema de saúde.
“Mais, infraestrutura tecnológica do sistema de saúde, foi essencial para a resposta bem-sucedida do programa de vacinação”, defendeu realçando o desenvolvimento e implementação de Nha Card, um certificado digital de Cabo Verde.
Por sua vez, o representante da OMS em Cabo Verde, Daniel Kertesz, que começou por agradecer a presença dos países convidados, afirmou que uma das razões pelas quais o encontro está sendo realizado neste País deve-se ao reconhecimento pelo trabalho realizado no sentido de fazer avançar a telemedicina.
“A pandemia de covid-19 sublinhou a necessidade de sistemas de saúde resilientes e impulsionados pelas tecnologias de saúde digital robustas. Estas ferramentas e programas de capacitação podem melhorar o sistema de saúde dos países da região africana aproximando os cuidados de saúde aos cidadãos”, frisou.
A covid-19, acrescentou, deve servir de uma chamada de atenção para a necessidade urgente de aumentar as competências, regulamentos, abordagens e ferramentas de telemedicina de modo a salvaguardar e melhorar o sistema de saúde.
O encontro regional de telemedicina, que terá uma duração de três dias, tem como objectivo promover a partilha de experiências e conhecimentos dos países sobre os sucessos e desafios da implementação da telemedicina na Região Africana.
Participam no encontro cerca de 80 intervenientes de 15 países, entre técnicos, directores dos sectores da saúde e das tecnologias da informação e comunicação TIC).
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