Cidade da Praia, 05 Set (Inforpress) – Os bombeiros da Praia, que hoje entraram no 36º dia de greve, decidiram retomar o trabalho a partir desta terça-feira, assegurou à Inforpress o porta-voz da corporação, Admilson Sequeira.
Em declarações à Agência Cabo-verdiana de Notícias, o porta-voz dos bombeiros da Praia disse que o levantamento da greve não significa que a sua luta não vai continuar.
“Estamos a recuar para adoptarmos outra estratégia de luta”, asseverou Admilson Sequeira, acrescentando que as suas reivindicações podem passar por “manifestações de rua”, além de novas greves.
Entretanto, adiantou Admilson Sequeira, os homens da paz da capital continuam a privilegiar o diálogo com o presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, como uma das formas de verem satisfeitas as suas reivindicações.
“Sempre apostamos no diálogo com o senhor presidente [da Câmara Municipal da Praia] para resolver os nossos problemas e, por isso, vamos puxar de novo o tapete do diálogo”, garantiu o porta-voz dos bombeiros da Praia, para quem o diálogo é “a melhor ferramenta”.
Os bombeiros da Praia exigem progressão na carreira profissional, aumento de subsídio de risco de oito para 15 por cento e recrutamento de novos elementos para a corporação, porque, afirmou Admilson Sequeira, neste momento, estão “sobrecarregados”.
Lembrou que a autarquia praiense havia assumido um acordo com os bombeiros, na Direcção Geral do Trabalho, em que prometeu que, até final de Julho de 2022, os problemas seriam resolvidos.
Recentemente, o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, por causa da greve dos bombeiros da Praia, tranquilizou a população de que a Protecção Civil (Forças Armadas e Polícia Nacional) está de prontidão.
Confrontado com esta declaração do membro do Governo, Admilson Sequeira reiterou que as Forças Armadas e a Polícia Nacional não substituem os Bombeiros e vice-versa.
O comandante dos Bombeiros da Praia, Carlos Teixeira, em declarações à Inforpress, manifestou-se “preocupado” em caso de chuvas fortes na capital, tendo em conta a capacidade reduzida de resposta, por causa da greve na instituição por tempo indeterminado.
Segundo ele, foi solicitada a requisição civil ao Governo levando em consideração a época da chuva que costuma ser muito “turbulenta” na capital.
“O serviço mínimo em curso não consegue responder às necessidades em caso de chuvas fortes”, lamentou aquele responsável.
Por sua vez, o ministro da Administração Interna, em entrevista à Rádio Voz da América, explicou que o Governo não fez a requisição civil, porque houve um “acordo entre as partes para a salvaguarda dos serviços mínimos”.
“A situação, de facto, merece uma ponderação entre as partes para que cheguem a um acordo e, efectivamente, a greve seja suspensa”.
“A Câmara Municipal da Praia, na sequência das negociações com o sindicato dos bombeiros, chegou a um entendimento relativamente aos serviços mínimos que deveriam ser prestados”, alegou o governante, acrescentando que, havendo o cumprimento dos serviços mínimos acordados, “o Governo não pode decretar a requisição civil”.
LC/CP
Inforpress/Fim