Medicina Tradicional Africana: Equipa do Ministério da Saúde reúne-se com praticantes no mercado da Praia

Cidade da Praia, 31 Ago (Inforpress) – Cabo Verde assinalou hoje o Dia da Medicina Tradicional Africana com um encontro com praticantes de medicina tradicional (MT) no mercado da Praia para dar a conhecer o plano de implementação para o arquipélago.

Segundo a equipa do Ministério da Saúde que esteve no terreno, a intenção foi também de conhecer alguns dos produtos mais utilizados na medicina tradicional cabo-verdiana e estabelecer a ponte para futuras acções no âmbito de investigação dos produtos e seus efeitos terapêuticos, formação e capacitação dos praticantes.

O Governo, no seu XIX programa de governação, propôs, para o sector da saúde, a materialização dos seus objectivos, mais concretamente, a regulamentação da medicina tradicional e complementar (MT&C), como complemento da medicina convencional, visando com isso promover e melhorar o Sistema Nacional de Saúde.

A medicina tradicional em Cabo Verde, segundo o sector da saúde, baseia-se em grande parte na utilização de plantas medicinais com a utilização de chás, compressas, banhos, entre outros preparados caseiros à base de plantas para alívio de certas doenças.

A utilização de plantas medicinais tem uma grande importância a nível global e cerca de 80% da população mundial (segundo a OMS) cura-se utilizando remédios tradicionais.

No âmbito do fortalecimento da medicina tradicional africana teve lugar em Ouagadougou, de 17 a 19 de Maio de 2021, a reunião inaugural do Comité Consultivo e do Comité Director da Organização de Saúde da África Ocidental (OOAS) para a medicina tradicional que proporcionou oportunidades para a avaliação dos sucessos, desafios e potencialidades ao longo dos 14 anos de existência do programa.

O encontro, segundo fontes do Ministério da Saúde, teve como propósito desenvolver um plano de acção para orientar o trabalho da assessoria do Comité Consultivo e do Comitê Directivo durante o seu primeiro mandato, que vai de 30 de Abril de 2021 a 29 de Abril, 2023.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a medicina tradicional de qualidade, utilizada com segurança e eficácia comprovadas, contribui para assegurar o acesso de todas as pessoas aos cuidados de saúde e é uma ferramenta que se integra nos cuidados universais de saúde.

Na sua mensagem alusiva a data, a directora regional da OMS para a África, Matshidiso Moeti realçou que com o apoio das autoridades nacionais e distritais, os praticantes da medicina tradicional também estão a liderar a taxa de adesão às medidas de prevenção da covid-19 e a encaminhar os doentes para cuidados atempados.

“Nos níveis mais elevados, a pandemia permitiu aumentar a sensibilização para o valor da medicina tradicional. Um maior investimento na investigação e no desenvolvimento permitirá aproveitar as soluções desenvolvidas a nível nacional para melhorar o bem-estar no continente e noutras partes do mundo”, salientou.

Segundo Matshidiso Moeti, os remédios naturais estão a crescer em popularidade nos países ocidentais e têm uma longa história na China, na Índia e noutros locais, o que tem levado as grandes empresas farmacêuticas também a viraram as suas atenções para a África onde esperam encontrar novos princípios activos. 

“Com as parcerias e investimentos adequados, os medicamentos tradicionais africanos já testados e experimentados poderiam encontrar um vasto mercado mundial”, afirmou, salientando que a OMS e outras organizações multilaterais estão a desempenhar um papel fundamental no apoio ao reforço das capacidades no sector da medicina tradicional, incluindo o desenvolvimento da produção local.

O dia da medicina tradicional africana tem sido celebrado anualmente desde 2003, por vários países da região africana, onde praticantes da MT, profissionais da medicina convencional, cientistas, universidades, instituições do Estado, organizações não-governamentais e demais partes interessadas, reúnem-se para participar de actividades conjuntas em prol da consciencialização das autoridades competentes e da promoção da prática da medicina tradicional na região africana. 

PC/HF

Inforpress/Fim

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