Porto Inglês, 21 Mai (Inforpress) – A presidente da Cooperativa de Sal, Anita Santos, disse hoje que ano após ano as salinas do Porto Inglês vêm diminuindo a sua capacidade de produção de sal, devido a falta de manutenção, que passa pelo seu desassoreamento.
Em conversa com a Inforpress, Anita Santos assegurou que no ano passado não foi possível extracção de sal naquele espaço, visto que não houve entrada da água do mar, algo que também está acontecer este ano, embora com pequena diferença porque “este ano, no momento em que o mar estava revolto o nível da água dentro das salinas aumentou, mas apenas em poucos lugares”.
Aquela responsável fez saber, por outro lado, que nos espaços onde estão praticamente assoreados, isso não aconteceu, o que, na sua opinião, justifica uma “intervenção urgente” para que haja mais sal e mais rendimento, tanto para as pessoas que fazem extracção de sal como para a cooperativa, que depende deste material para trabalharem.
“Antigamente, foram feitos os trabalhos da limpeza da salina e todo o material foi colocado ali mesmo, e no decorrer dos tempos com a entrada da água do mar e das chuvas, acabam por desmoronar e voltar a entrar no solo, por isso é preciso uma nova intervenção”, salientou.
Para tal, disse que a cooperativa está disponível para fazer a parte que lhe cabe, no entanto lembrou que sozinhas não conseguem fazer este tipo de trabalho. Neste sentido apela à colaboração tanto da autarquia maiense como do ministério de Ambiente e parceiros internacionais para lhes ajudarem a fazer esta intervenção.
Conforme afiançou, foi feita a tentativa da criação de um espaço que viria a ser um espaço da produção de sal de forma intensiva, mas não funcionou e apontou como um dos possíveis motivos a sua localização, frisando que “o lugar onde foi feito não era o mais indicado, porque ali é caminho onde passa a água que entra do mar, por isso acabou por entupir”.
Uma outra questão que preocupa aquela responsável, tem que ver com a segurança do referido espaço, defendendo que é preciso colocar guardas e também um ou mais guias para orientar todos aqueles que queiram visitar aquele espaço, considerado uma das mais emblemáticas da ilha, cuja história da ilha está intimamente ligada à mesma.
“Se a câmara decidir em colocar guardas e pelo menos dois guias, isso vai contribuir para que tenhamos mais segurança na extracção de sal e os visitantes terão mais informação sobre a história da salina e do sal, porque actualmente as pessoas entram sem nenhum controlo e acabam até por colocar em risco a vida dos pássaros que ali habitam”, notou.
Anita Santos defende que as salinas do Porto Inglês têm muito potencial, embora ainda não estão a poder aproveitar toda esta riqueza, mas garantiu que vão retomar a produção de flor de sal melhorando o sistema que foi feito, que, na sua opinião, não respeito as normas.
No mesmo sentido afiançou que vão apostar em moldes de confecção de pedras de sal decorativos, entre outros, mas defende que é necessário fazer o desassoreamento daquele espaço.
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