Porto Inglês, 08 Jun (Inforpress) – A Fundação Maio Biodiversidade considera o lixo marinho uma das grandes preocupações ambientais na ilha e aponta a costa leste a zona como a mais afectada, onde também se regista maior número de nidificação das tartarugas marinhas.
Em conversa com a Inforpress, o coordenador da patrulha das tartarugas marinhas, Jailson da Veiga, lembrou que o lixo marinho é um problema global, mas com impacto local, uma vez que ao longo desses anos a FMB tem vindo a registar casos que vêm prejudicando ou até a levar a morte de espécies marinhas com mais incidência nas tartarugas.
Apontou como exemplo, o recente caso em que graças a colaboração de um indivíduo que alertou a FMB e a prontidão da equipa conseguiram resgatar nas imediações de Morrinho, cinco tartarugas que estavam emaranhadas numa rede de pesca.
Segundo afiançou, todos os anos a FMB vinha realizando campanha de limpeza nas praias da ilha em parceria com a Delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente e Câmara Municipal, mas com a pandemia tiveram que reprogramar esta actividade.
Por isso, este ano, segundo Jailson da Veiga, só conseguiram fazer a limpeza de algumas praias na localidade de Pilão Cão, na costa leste da ilha, envolvendo um número reduzido de pessoas.
“É claro que neste momento algumas praias estão a precisar de uma limpeza, uma vez que já se iniciou a época da desova das tartarugas marinhas em que já registamos alguns rastos e tentativa de nidificação, o que poderá colocar em risco incubação dos filhotes de tartarugas”, enfatizou.
Porém, Jailson da Veiga congratulou-se com a iniciativa da associação dos pescadores ´Vindos do Norte´, que, graças ao financiamento conseguido junto do Instituto Marquês Valle Flores, conseguiu realizar campanhas de limpeza em várias praias da ilha com início na vila da Calheta e que abrangeu a costa norte da ilha.
Aproveitou a ocasião para exortar as pessoas a terem uma atitude consciente, de modo a produzirem menos lixo, e caso se deslocarem às praias para conservarem os seus lixos e colocarem no sítio certo.
Jailson da Veiga defendeu, por outro lado, que as pessoas devem ter a consciência de que é preciso reciclar e reutilizar os materiais utilizados no dia-a-dia, embora admita que a maior quantidade de lixo marinho provém de outros países.
O coordenador da patrulha das tartarugas marinhas concluiu, lembrando que sendo a ilha do Maio uma reserva mundial da biosfera da Unesco requer uma atitude consciente de todos os maienses e residentes.
WN/CP
Inforpress/Fim