Porto Inglês, 13 Jul (Inforpress) – A ilha do Maio conta com uma rede local de prevenção contra o abuso e exploração sexual da criança e adolescente, criada por representantes da sociedade civil, em parceria com o Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente.
Segundo Jovino Gomes, nomeado, esta quarta-feira, representante da rede na ilha, a criação desta unidade local visa, por um lado, complementar os trabalhos das outras instituições neste sector em prol da defesa das crianças, por outro lado, trabalhar junto das comunidades de forma preventiva, de modo a evitar situações de violação de crianças na ilha.
“A nossa rede local vai trabalhar com as crianças, com a comunidade, mas de forma preventiva visto que achamos que a educação das crianças também é uma necessidade. Também pretendemos apoiar as vítimas e auxiliar os agressores no sentido da sua recuperação”, frisou.
Para aquele representante, neste momento não se pode afirmar sem dados oficiais que aumentaram os casos de abuso sexual na ilha, mas sim que houve mais denúncias sobre estes casos, pelo que a missão da rede é trabalhar na prevenção.
Jovino Gomes disse ainda que vão contar com todos os parceiros sociais na divulgação da rede, acima de tudo com o ICCA, Acrides, Câmara Municipal do Maio, bem como Igrejas, Delegação do Ministério da Educação, as famílias e o Comité Municipal da Criança e Adolescente na realização das actividades de sensibilização em todos os povoados da ilha.
“Vamos ter foco em todos os povoados, que estão também em contacto com a central para que possamos fazer o trabalho de sensibilização junto da população, no sentido da melhoria das condições de vida, porque existe muitas famílias que na procura do ganha pão deixam as crianças mal cuidadas”, notou.
Por seu lado, o representante do ICCA na ilha, Mário Fernandes, considera que a criação desta rede demonstra que a sociedade maiense já despertou para esta causa, pelo que, acrescentou, dizendo que vêem “com bons olhos” a criação desta rede, porque aumenta o número de pessoas a trabalharem nesta causa.
Mário Fernandes considera que a chegada do ICCA na ilha trouxe vários ganhos, no entanto admitiu que muito trabalho ainda tem que ser feito. “Ainda denotamos muitos casos de negligência, em que as pessoas vão a festas e deixam as crianças sozinhas em casa”, denunciou.
Por outro lado, a vereadora Sandra Santos pediu o engajamento de todos os parceiros para o combate “sem tréguas” ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes na ilha e garantiu todo o apoio da autarquia, neste sentido, chamando igualmente a atenção para a questão do mundo digital, que, na sua opinião, tem vindo a contribuir para a ocorrência de vários casos.
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