Maio: Fundação Maio Biodiversidade regista pela primeira vez a espécie de tartaruga Pente

Porto Inglês, 13 Jul (Inforpress) – O coordenador de patrulha da Fundação Maio Biodiversidade registou pela primeira vez uma espécie de tartaruga denominada Pente, que raras vezes procura as praias do arquipélago para desova.

Jairson da Veiga, em declarações à Inforpress, salientou que a cerca de duas semanas do arranque da campanha de protecção das tartarugas marinhas já foram registados mais de 300 ninhos, número “um pouco abaixo” dos anos anteriores, mas que considera ser “algo normal”.

Contudo, assinalou, uma das grandes novidades deste ano é o aparecimento de uma tartaruga da espécie Pente, ou também denominada “casco levantado”, que raramente é vista nas praias do País.

Salientou que esta espécie está em perigo de extinção, caso nada for feito, isto devido a sua fisionomia e a sua utilização para consumo e outros fins, como o artesanato, em vários pontos do mundo.

“Para nós foi uma surpresa encontrar esta espécie aqui na ilha, embora já tínhamos informação de que no ano passado também foi visto uma fêmea deste género na ilha da Boa Vista”, contou, acrescentando que o ninho foi recuperado e colocado no viveiro para monitorização da eclosão.

Segundo a mesma fonte, o animal encontrado mede um metro de comprimento de carapaça e colocou cerca de 150 ovos a uma profundidade também pouco habitual do que estavam acostumados em observar em relação a espécie careta-careta.

Em temporadas anteriores, assinalou, tinham sido registadas outras espécies como tartaruga verde e oliva, “uma surpresa” que traz preocupação, porque, conforme precisou, a escolha da praia da ilha poderá estar relacionada também com outros factores, como mudanças climáticas, em que existem áreas que estão mais frias e outras mais quentes.

“Outra possibilidade pode ser que esta espécie esteja à procura de outros refúgios para se salvaguardar”, notou Jairson da Veiga, que informou que o animal foi marcado com a colocação de microship para em caso ela venha sair em outras praias possa ser reconhecida.

Da mesma forma, outras ONG que laboram na área foram informadas do procedimento, por haver a probabilidade de ela voltar a sair em algum ponto do País.

“Quando acontecer o nascimento daquelas crias vamos ver esta realidade e ao mesmo tempo utilizar este facto para sensibilizar as pessoas de que caso não fizermos nada nossa espécie caretta-caretta poderá também estar a correr o mesmo risco”, enfatizou.

Relativamente a temporada, Jairson da Veiga disse que a Fundação Maio Biodiversidade prevê nos próximos dias “muita saída” das tartarugas caretta-caretta, já que se aproxima a época alta.

Igualmente, disse contar com aumento dos voluntários vindos da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), bem como voluntários estrangeiros, de diversos países.

Em curso, a fundação tem já a campanha de sensibilização junto das comunidades, com mensagens de que é preciso proteger as tartarugas, além de que o consumo da carne constitui um crime.

Nas próximas semanas, a Fundação Maio Biodiversidade vai arrancar com a  Copa Tartaruga, uma actividade que objectiva associar o desporto à protecção da espécie, com o envolvimento dos  jovens da ilha.

WN/AA

Inforpress/Fim

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