Porto Inglês, 25 Dez (Inforpress) – O projecto turismo de habitação “Casa Lagoa”, na localidade de Barreiro, quer proporcionar uma estada mais “intimista” aos turistas e voluntários, num ambiente de conforto, familiar e contribuir na dinamização do turismo local.
Esta declaração foi feita pela responsável do projecto turismo de habitação, Albertina Martins, elucidando que “Casa Lagoa” foi implementado há três anos na localidade de Barreiro, na ilha do Maio, e que nasceu de uma parceria com a Fundação Maio Biodiversidade, para acolher turistas e voluntários.
Segundo conta, após a criação do projecto, a sua casa foi “adaptada” para receber turistas, tendo a mesma, posteriormente, beneficiada de uma acção de formação na ilha do Fogo, onde adquiriu experiências de como trabalhar com os turistas e voluntários que procuram esses tipos de serviços.
No inicio, revelou, deparou com algumas dificuldades, quando começou a receber turistas, uma vez que o seu nível de escolaridade é baixo, lembrando, entre risos, quando uma vez recebeu uma britânica vegetariana em que a língua foi a maior barreira de comunicação.
“Ela veio para ficar por um período de um mês, era vegetariana, falava só inglês, não nos entendíamos no inicio, mas felizmente a língua não é só falada, podemos gesticular e quando fazemos isso estamos também a dialogar. Fui mostrando os produtos alimentares para saber o que consumia e ela foi-me indicando”, lembrou, brincando, explicando que a integração foi tão boa que essa turista acabou por ficar por três meses.
O nome “Casa Lagoa”, conforme elucidou, foi inspirado no nome do património de Barreiro, denominado “Lagoa”, ajuntando que esse projecto permite aos turistas explorar o potencial turístico da referida localidade.
Informou, por outro lado, que nesses três anos de existência, o projecto “Casa Lagoa” já recebeu voluntários de Portugal, Espanha, Holanda, França e Cabo Verde.
“Nesses três anos de existência, já recebemos muitos voluntários, que trabalham na luta contra captura de tartarugas. O número de turistas ainda não tem sido elevado. Aqui prestamos serviços como nas pensões, ou seja, alimentação, dormidas, mas queremos proporcionar uma estada mais intimista e acolhedora”, declarou, referindo que o projecto arrancou com o funcionamento de um quarto, mas que agora tem disponíveis três.
O objectivo, de acordo, com esta responsável, é tornar esse projecto numa referência local e contribuir na dinamização da economia e promoção do turismo, apontando, entretanto, a falta de recursos financeiros e a pouca dinâmica turística registada na ilha do Maio como principais constrangimentos a serem ultrapassados.
Aliás, considerou que a ilha em termos de políticas de promoção e dinamização do turismo está ainda “parada” e que, perante essa situação, fica um pouco difícil os investidores desses e outros projectos ligados ao turismo se desenvolvam num ritmo mais acelerado e desejado.
No entanto, mostrou-se, por outro lado, optimista que com a requalificação do porto do Maio, a ilha dará um salto rumo ao desenvolvimento, destacando a importância de implementação desses projectos para a ilha, no geral e para a comunidade de Barreiro em particular.
CM/JMV
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