Cidade da Praia, 08 Abr (Inforpress) – O cabeça-de-lista do PAICV para a África, Mário Teixeira, disse hoje à Inforpress que o seu partido tem levado uma “mensagem de esperança” ao eleitorado, apesar de estarem condicionados pela crise sanitária provocada pela covid-19.
“Graças a Deus, até agora a campanha tem decorrido muito bem. Temos levado uma mensagem de esperança, no sentido da retoma do que era bom e vinha sendo feito até 2016 e aumentar acções a nível da nossa camada jovem, em termos de formação”, precisou, acrescentando que a mesma actuação será feita em direcção aos velhos que “vieram para S. Tomé como contratados e o contrato foi violado”.
Mário Teixeira fez essas considerações em declarações à Inforpress, via telefone, a partir de S. Tomé e Príncipe, onde vive há 15 anos.
Segundo ele, um Governo liderado pelo PAICV terá a preocupação de “aproximar mais a diáspora africana de Cabo Verde e vice-versa”.
“Promoveremos mais intercâmbio cultural, à semelhança do que havia no passado, nomeadamente os programas “Mata saudade” e “Cabo Verde no coração”, que foram benéficos e, neste momento, foram descontinuados”, anunciou Teixeira.
No sector da formação, prosseguiu o número um da lista do PAICV para a África, uma “atenção especial” será dada aos jovens, tanto a nível de formação médio ou profissional, como superior “que vinha sendo feito desde há algum tempo a esta parte”.
“Pretendemos aumentar ainda mais o numero de formandos, principalmente a nível superior”, realçou o candidato ‘tambarina’, lamentando que, de 2016 a 2021, houve uma “redução do numero de estudantes aceites em concursos”.
Reconheceu, entretanto, que ainda continuam as formações a nível da Escola Nacional de Hotelaria e Turismo e do Centro de Energias Renováveis e Manutenção.
Para Mário Teixeira, o objectivo é fazer com que essas formações aumentem, havendo uma “política mais inclusiva”, com um crescimento sustentável em Cabo Verde e que “se repercuta também nas comunidades da diáspora, principalmente a “mais desfavorecidas”.
Instado sobre como fazer campanha em situação de pandemia, explicou “não ser fácil, tendo em conta a realidade africana, que, em termos de comunicação, “ainda é escassa”, além de pessoas com uma “literacia bastante baixa”, o que impede que as redes sociais funcionem nestes casos.
“Daí necessário uma conversa mais de familiar com as pessoas, enfim, uma conversa de olhos nos olhos para sentirem a nossa presença e acreditar no que estamos a dizer”, admitiu.
“Queremos que as nossas comunidades da África continuem a contar connosco e a apostar no PAICV como um partido social, de rosto humano, progressista e que cumpre os compromissos”, apelou Mário Teixeira.
Enquanto cabeça-de-lista, garantiu, se for eleito, continuará “próximo das comunidades”.
“Faço votos para que todas as candidaturas continuem com o espírito de boa convivência e de paz que nos norteia ao longo dessas duas semanas de campanha e respeitemos as regras sanitárias impostas nas localidades onde estamos”, exortou.
Por causa da situação pandemia, enquanto cabeça-de-lista, não vai deslocar-se a nenhum país africano de acolhimento da diáspora cabo-verdiana para campanha, mas este trabalho, adiantou, está a cargo de outros integrantes da lista nesses estados.
“Entre nós [integrantes da lista] as redes sociais constituem a via de comunicação mais prática”, admitiu Mário Teixeira, acrescentando que não está prevista a deslocação à África da líder do PAICV, Janira Hopffer Almada.
Integram a lista do MpD para a África cinco candidatos, sendo dois efectivos e três suplentes.
Ao todo, a nível da diáspora, são eleitos seis deputados, sendo dois para a Europa e resto do mundo, dois para a África e dois para a América.
Às legislativas do dia 18 de Abril, para a eleição de 72 deputados em 13 círculos eleitorais, dos quais 10 no País e três na diáspora, concorrem seis partidos – PAICV, MpD, UCID, PTS, PSD e PP.
PAICV, MpD e UCID concorrem em todos os círculos, PP em seis círculos (Santiago Sul, Santiago Norte, Boa Vista e os três da diáspora), PTS também em seis círculos (São Vicente, Santiago Sul, Santiago Norte e os três da diáspora) e PSD em quatro círculos (Santiago Norte, Santiago Sul, América e África).
LC/CP
Inforpress/Fim