Jorge Spencer Lima defende uma “política industrial clara” que promova a produção nacional para exportação

Cidade da Praia, 17 Nov (Inforpress) – O representante do Conselho Superior das Câmaras de Comércio e do Turismo, Jorge Spencer Lima, reiterou hoje a necessidade de Cabo Verde ter uma “política industrial clara” que promova a produção nacional para a exportação.

Jorge Spencer Lima, que falava na cerimónia do lançamento do portal do comércio externo ,lembrou que Cabo Verde tem uma balança comercial “extremamente deficitária”, onde as exportações cobrem apenas 6,3% das importações, o que em termos comerciais demonstra que o país tem um problema a atacar.

“Nós não podemos construir um país, consolidar uma economia baseada em importações. Não é possível. Nós temos de pôr cobro a essa situação e reduzir o fosso entre o valor das importações e o valor das exportações”, realçou, sublinhando que para tal há que produzir.

Conforme frisou, actualmente 75% das exportações de Cabo Verde são produtos das pescas. Entretanto, sublinhou que Cabo Verde não vai consolidar a sua economia baseada no sector das pescas, pelo que considera premente encontrar alternativas ao sector do turismo, dada a experiência vivida, recentemente, com a pandemia.

Neste sentido, o ex-presidente da Câmara de Comércio de Sotavento e actual presidente da Câmara do Turismo insistiu na necessidade de ter uma “política industrial clara” que sirva de facto aos interesses do país e à economia cabo-verdiana.

“Só podemos exportar o que nós conseguimos produzir. Portanto é produzir para o consumo interno e ter excedentes para exportação”, realçou.

Jorge Spencer Lima frisou que Cabo Verde é membro de uma comunidade, a CEDEAO, que tem 300 milhões de pessoas e, portanto, um mercado de 300 milhões de consumidores, onde pode colocar os seus produtos sem pagar direitos.

“Dai que é preciso definir o que nós queremos. Definir essa política, e estar claro que nós temos que incentivar. Continuar com o turismo sim, mas não vamos ficar só no turismo. Pesca sim, agricultura sim, mas termos que ter uma outra alavanca, um outro sector base de desenvolvimento que no meu entender será o sector industrial. Produzir para exportar onde nós temos essa capacidade”, sustentou.

O representante do Conselho Superior das Câmaras de Comércio e do Turismo considerou importante o portal ora lançado, uma vez que permite acompanhar o que se passa no dia a dia.

“Ao acompanhar podemos retificar, poderemos melhorar, sabemos onde estamos, o que queremos e para onde vamos. Só com informação é que se consegue governar e dirigir, e com uma informação correcta é o que nós esperamos que seja esse portal do comércio externo”, disse.

O portal pode ser acedido pelo endereço https://portaldocomercio.gov.cv

Para o Governo, o desenvolvimento dessa plataforma de comércio externo representa um compromisso assumido pelo País em matéria de governação digital, que consiste em incrementar a governação electrónica para além de representar um compromisso com a inovação, a transparência e o fortalecimento do sector empresarial e, consequentemente, com a modernização do Estado.

Permite, por exemplo, consultar e simular despachos e o acompanhamento das declarações aduaneiras.

MJB/JMV
Inforpress/fim

 

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