Cidade da Praia, 17 Jul (Inforpress) – O presidente da Pró Praia, José de Pina, defendeu que jogos políticos e bairrismo estiveram na base do chumbo do estatuto especial para a capital, considerando que alguns deputados sequer leram o diploma.
Em declarações à Inforpress, o responsável disse que a Pró Praia assistiu ao debate e encarou com “grande decepção” a não aprovação do diploma no Parlamento, consequência da “conveniência” de partidos e “bairrismo” expresso por um e outro político.
“Foi um conjunto de jogos políticos de gente que não deu importância à necessidade da Praia ter o seu estatuto, não obstante as agendas e conveniências de cada político e também o bairrismo”, expressou.
José de Pina referiu que mesmo não havendo convergência de posições nesta última proposta de regulamento de estatuto especial, esperava que o diploma fosse aprovado generalidade, para depois, na especialidade cada parte exprimir suas posições e resolver o problema das várias propostas.
“Não deram sequer oportunidade para haver discussão na especialidade para se poder aprovar ou não”, lamentou.
Por outro lado, destacou, foi registado “casos de não argumentos” nas declarações de votos de alguns deputados, ajuntando que houve falta de racionalidade nas argumentações, inclusive, prosseguiu, houve quem disse para tirar este aspecto da Constituição.
O presidente da Pró Praia reiterou que a organização vai “combater à discriminação” da Praia em termos de programas especiais que se atribui a outras ilhas, mas que quando se trata da capital não se materializa.
Avançou também que vai exigir ao executivo “as tais condições” para o exercício da capitalidade, atestando que todos os anos o Orçamento de Estado “tem o dever” de criar condições para o concelho da Praia, no que diz respeito aos programas do Governo.
“Se o Governo tivesse trabalhado, como trabalhou numa ou outra ilha, já com tudo em relação os projectos do mar, turismo, transportes, saneamento e habitação social a capital do país não estaria na situação que se encontra actualmente.
Por fim, revelou que a Pró Praia vai envidar todos os esforços para a cidade da Praia funcione com plenitude o seu estatuto de capital.
A proposta de lei que regula o Estatuto Administrativo Especial da Capital de Cabo Verde não passou na sexta-feira, 10, no Parlamento, tendo recebido votos contra e a favor tanto dos deputados da oposição como dos que sustentam o Governo.
A proposta de lei teve 39 votos a favor na generalidade, sendo 35 do Movimento para a democracia (MpD, poder) e quatro do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), que também votou 21 abstenções.
Seis deputados votaram contra a proposta, sendo os três da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição), dois do PAICV e um do MpD.
HR/CP
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