Mindelo,16 Set (Inforpress) – O Presidente da República alertou, hoje, para a necessidade de não se repetir estudos e adiar solução de problemas, afirmando que já havia estudos para o financiamento da construção da orla marítima de Coice das Pombas no Paul.
José Maria Neves falava durante a sua visita à cidade do Mindelo, no quadro das suas acções enquanto patrono da Década dos Oceanos e da passagem, por Cabo Verde, da expedição científica DARWIN200 anos 4 continentes, a bordo do veleiro holandês Oosterschelde.
Segundo o Presidente da República, já havia estudos que criavam as condições para o financiamento do Fundo do Ambiente para a construção do muro de Coice das Pombas, no Paul, local cuja população tem pedido uma “solução definitiva” para a orla marítima que lhes está a “tirar o sono”, devido ao estado avançado de degradação do actual muro que está a cair e a pôr em risco as habitações.
“Nós temos agora que mitigar os efeitos das mudanças climáticas e, sobretudo, socorrer a tempo as populações que estão numa situação de perigo, como é aquele caso. já tinha sido feito um estudo, estavam a ser criadas as condições para o Fundo do Ambiente financiar a construção daquele muro”, afirmou José Maria Neves, que disse ter visitado aquele local enquanto primeiro-ministro.
“Fiquei um pouco incrédulo, quando vi que as obras afinal não avançaram. Muitas vezes há descontinuidades nas políticas e temos de prestar atenção para não estarmos a repetir estudos e adiar solução de problemas que podem ser resolvidos se tivermos uma atenção especial para esses casos”, acrescentou a mesma fonte.
Para o Presidente da República, as câmaras têm que prestar muito mais atenção à construção das habitações, ao ordenamento da orla costeira e, sobretudo, têm de ver que quando há chuva, há enxurradas, as casas que são construídas no leito das ribeiras ou as que são construídas nas orlas marítimas acabam por sofrer as consequências das mudanças climáticas.
“Todos nós temos que estar conscientes das nossas responsabilidades. As autoridades nacionais, os municipais e os cidadãos também porque ninguém deve desresponsabilizar-se e transferir tudo para o Estado”, sustentou.
Entretanto, a ministra das Infra-estrutura, Eunice Silva, tinha informado, no Parlamento, que o projecto de requalificação da orla marítima do Paul iria entrar na fase de estudos, mas que ainda não tinha financiamento garantido para a sua execução.
A governante, que respondia às perguntas dos deputados no Parlamento, adiantou que a questão da orla marítima do Paul é um dos maiores desafios para construção das infra-estruturas em Cabo Verde por ser complexo e custoso.
“Quem conhece Paul sabe o quão importante é aquela infra-estrutura complexa e muito custosa”, realçou.
Entretanto, admitiu que urge uma solução definitiva que passa por uma mobilização de financiamento quer para os estudos, quer para as obras em si.
No que se refere aos estudos, adiantou que há um compromisso do Ministério do Ambiente de Portugal em financiar. Segundo explicou, o processo acabou atrasando devido à mudança do titular da pasta do Ambiente em Portugal, mas com a chegada do novo embaixador e novo ministro, o financiamento foi confirmado.
Assim, prosseguiu, Portugal vai comparticipar com 25 mil contos e o Governo de Cabo Verde vai entrar com outros 15 mil contos, totalizando os 40 mil contos, para a realização dos estudos, cuja empresa executante foi escolhida mediante concurso público.
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