Investimentos em recursos humanos e especialização são agora prioridades para a Saúde, diz ministra

Cidade da Praia, 20 Fev (Inforpress) – A ministra da Saúde, Filomena Goncalves, traçou hoje como prioridade para o sector da Saúde o investimento em recursos humanos e a especialização, depois da aposta feita em infraestruturas e equipamentos.

“Fez-se um grande investimento em termos da infraestruturas e equipamentos, mas a prioridade agora são os recursos humanos, sobretudo, na especialização, pelo que estamos a trabalhar com a Ordem dos Médicos e a Comissão Instaladora dos Enfermeiros para, conjuntamente, termos um plano de recursos humanos, com financiamento da Organização Mundial da Saúde (OMS)”, garantiu.

Filomena Gonçalves deu esta garantia aos jornalistas, na cidade da Praia, na sequência de uma reunião com o Provedor de Justiça, José Carlos Delgado, com quem analisou algumas preocupações dos cidadãos relacionadas com o funcionamento do sistema de saúde de Cabo Verde.

A governante disse que o objectivo é trabalhar com planificação, para que possam saber “onde estamos e o que almejamos nos próximos tempos”.

Neste âmbito, sublinhou que as preocupações da Provedoria de Justiça coincidem com a do Ministério da Saúde, alegando tratar-se esta instituição de um parceiro que “nos complementa em função das responsabilidades que cabe a cada um de nós”.

“O nosso impulso tem de ser sempre para o utente, a pessoa humana. Estamos num sector transversal que nos preocupa e nos serve a todos e a nós convém que esteja bem”, frisou, realçando quem apesar de “passos excelentes” dados, ainda persistem desafios.

Questionada sobre a situação da ilha Brava, a ministra discordou do sentimento de que a ilha esteja “no escuro” em termos de saúde, tendo prestado solidariedade aos médicos que ali trabalham, argumentando, por outro lado, que a condição arquipelágica um grande desafio para o país.

“Os nossos profissionais têm feito um grande trabalho, em função da realidade do país. Sabemos que a Brava tem necessidades e temos a ilha, também, como prioridade das prioridades”, acentuou.

O Provedor da Justiça, José Carlos Delegado, afirmou, por sua vez, que levou à tutela do sector da Saúde as principais preocupações com que deparou aquando das visitas que efectuou às ilhas para conhecer o funcionamento dos centros de saúde e hospitais.
“Tem a ver com o que vi durante as visitas efectuadas às ilhas do país e aos centros de saúde e hospitais, nomeadamente, com as marcações de consultas e recursos humanos, apesar da existência de equipamentos de ponta”, disse.

Segundo José Carlos Delegado, é preciso que o país dote os hospitais e centros de saúde de especialistas, evitando assim evacuações dentro e fora do arquipélago e problema de pessoas que são evacuadas e depois não regressam.

Quanto aos problemas provocados pelos transportes, seja aéreo ou marítimo na transferência de doentes, o Provedor de defendeu a necessidade de responsabilização, uma vez que uma pessoa quando evacuada, fica vários dias fora da sua ilha, porque o meio de transporte não funcionou.

Questionado sobre o valor que o INPS atribui a um evacuado da ilha Brava para a ilha do Fogo, no valor de 1.300 escudos diários, sabendo que só o transporte custa 500 escudos e uma pensão, no mínimo 1.500 escudos por noite, aquele responsável adiantou que vai falar deste quesito com o INPS.

“É uma questão que irei colocar ao INPS, pois, essa quantia é inadequada e tem de ser adequada à nossa realidade. Ou então, criamos condições para que se evacuem menos as pessoas”, acrescentou.

Anunciou ainda que na quinta-feira, 23, irá abordar outras questões ligadas à saúde e evacuações num encontro que manterá com os representantes do INPS.

PC/JMV
Inforpress/Fim

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