Mindelo, 12 Mai (Inforpress) – O ministro da Educação, Amadeu Cruz, anunciou hoje, no Mindelo, que o arranque das aulas para o próximo ano lectivo deverá acontecer a 19 de Setembro e trará novas reformas no ensino secundário.
O governante fez o anúncio hoje na cerimónia de abertura, no Mindelo, do Conselho Alargado de Educação que reúne dirigentes nacionais e parceiros para debater diversas questões ligadas à educação.
As aulas, segundo a mesma fonte, arrancam a 19 de Setembro em todo o território nacional e nos diversos níveis de ensino, sendo que a actividade central acontecerá em São Filipe, ilha do Fogo, “salvo imprevistos”.
Amadeu Cruz, que aproveitou a oportunidade para elogiar o “sucesso” do ano lectivo prestes a findar, assegurou que a partir do próximo ano lectivo vai ter início a implementação das novas matrizes do 10º ano de escolaridade, consubstanciando já as escolhas dos alunos para o percurso formativo futuro.
“Esta reforma do ensino secundário, em andamento, reforçará o ensino das ciências, das tecnologias digitais e da matemática e consolidará o domínio das línguas, incluindo a introdução do ensino da língua cabo-verdiana”, sublinhou, admitindo que as medidas visam garantir o alinhamento do perfil de saída do 12º ano com os padrões de qualidade dos países mais avançados, nomeadamente, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
Referindo-se à reunião em si, que decorre, na óptica da descentralização, no Mindelo, até este sábado, o ministro afiançou que servirá para socialização da legislação que aprova o Sistema Nacional de Aprendizagens, aplicável ao ensino básico e ao ensino secundário, como factor que promove a aferição da qualidade do sistema, da própria revisão curricular e correspondentes materiais didácticos.
“Abrindo assim caminho para a avaliação dos resultados da Reforma Curricular do Ensino Básico, já concluído, e criará condições que permitirão a comparabilidade do nosso sistema com os sistemas educativos mais avançados, na melhoria continuada da qualidade do ensino e a realização da nossa ambição de integração de Cabo Verde nos rankings internacionais”, sustentou.
No conselho alargado também vai ser debatido, ajuntou, o processo em curso de reestruturação do sistema de formação de professores, que, asseverou, tem como foco a consolidação da formação contínua e em exercício, que “propiciará oportunidades aos professores de atualizarem continuadamente os seus métodos pedagógicos de ensino e de avaliação e os seus conhecimentos científicos nas respectivas áreas disciplinares”.
Ainda o ministro da Educação revelou que no encontro de Mindelo vai ser adoptado o Caderno de Orientações Gerais de funcionamento do próximo ano lectivo e que continuará a contar com o apoio técnico e financeiro do Sistema das Nações Unidas, através da Unicef e da Unesco.
Um apoio também reiterado pela embaixadora residente das Nações Unidas em Cabo Verde, Ana Graça, que elogiou o investimento do País na educação, considerando que os ganhos são “inquestionáveis”
Ana Graça disse que foi por essa razão que o País foi convidado pelo Secretário-Geral para participar da Cimeira Mundial da Educação, na qual deverá lançar um processo geral de consulta inclusiva e reunir consensos para contribuir para a transformação do sistema de educação.
O acto de abertura da reunião, no Mindelo, contou ainda com as intervenções do presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Augusto Neves, e do delegado de Educação local, Jorge da Luz.
O próximo Conselho Alargado de Educação, segundo o ministro, será realizado no interior de Santiago, possivelmente Tarrafal, ou em alternativa na ilha do Sal.
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