Ilha do Sal: Vendedoras “indignadas” com postura de policiais e fiscais posicionam-se com produtos à frente da câmara

Espargos, 21 Set (Inforpress) – Mais de uma dezena de vendedoras ambulantes, na ilha do Sal, posicionaram-se hoje com seus produtos à frente do edifício dos Paços do Concelho, “indignadas” com a “atitude ríspida” de policiais e fiscais.

Cleusa, Samira, Duduca, Irondina, entre outras colegas, “revoltadas”, como revelaram,  com a postura dos policiais e fiscais da Câmara Municipal do Sal, contam que a indignação deve-se ao facto de as autoridades, “sem uma abordagem prévia”, chegar e arrancar-lhes  os produtos, expostos nos passeios em carrinhos de mão e alguidares, atirando-os para dentro do carro da polícia, para além de lhes proferir, também, palavras injuriosas.

“Isso não pode ser. Não somos animais. Também merecemos respeito. Não custa nada chegar educadamente e fazer a advertência que bem entenderem. Agora do jeito que chegam é que revolta. Estamos a trabalhar, a buscar um pão de cada dia para os nossos filhos. Deviam estar a preocupar-se é em apanhar ladrões e delinquentes… Isso é que deviam estar a fazer”, exteriorizam.

“Autoridade é para manter a ordem. Mas os policiais e os fiscais no Sal, são os primeiros a provocar a ira nas pessoas”, desabafam outras, recordando que esta guerra entre fiscais, policiais e vendedoras “vem de há muito tempo” dado, conforme explicam, à falta de um espaço para instalar, convenientemente, essa classe trabalhadora.

Acreditando que a câmara quer criar condições para as mesmas, renovam, entretanto, que o Mercadinho, do Fundo d’Alvarina, inaugurado por ocasião das festas do município, no dia 15 de Setembro, “não satisfaz”, porque, referem, além de ser um espaço pequeno, exposto ao sol, não reúne condições de trabalho nem de conservação e armazenamento dos alimentos.

“Aquilo não é mercado coisíssima nenhuma. O Sal, a cidade dos Espargos, nesse caso concreto, pelo número de vendedoras ambulantes que já tem, merece um melhor espaço, um mercado municipal para nos albergar em discriminação”, insinuaram.

Perante a situação, a vereadora Carla Carvalhal esclareceu que a autarquia criou condições para os vendedores inscritos na Câmara Municipal.

“A maior parte das pessoas que vendem na rua não têm e nunca tiveram licença de vender no Sal. E apesar de termos feito uma acção de sensibilização, conversar com os vendedores no sentido de fazerem a inscrição para que a câmara tenha uma ideia certa do número de pessoas visando a criação também de infra-estruturas para o efeito (…) a maioria não fez a inscrição. As licenças que estão a ser emitidas são licenças de feirantes”, explicou, avisando que a câmara não vai permitir a venda ambulante nas cidades.

SC/AA

Inforpress/Fim

Facebook
Twitter
  • Galeria de Fotos