Espargos, 09 Fev (Inforpress) – Os trabalhadores da Freitas Catering Service, no Sal, prometem entrar em greve por um período de sete dias, de 16 a 22 do mês em curso, com paralisação total da fábrica.
O presidente do Sindicato da Indústria, Comércio e Turismo (Sicotur), Nilton Vaz, em representação dos trabalhadores, explicou hoje durante uma conferência de imprensa, convocada para o efeito, que em causa estão os “sucessivos atrasos” no pagamento da retribuição dos trabalhadores em dois meses, o não pagamento do valor em dívida correspondente a 40% do salário referente ao mês de Janeiro de 2022, e o não pagamento da retribuição pelo trabalho prestado em dia feriado.
A suspensão do pagamento dos subsídios de alimentação e de férias, a falta de entrega de recibos de vencimento e falta de entrega de recibos de vencimento, são outras reivindicações dos trabalhadores da Freitas Catering Service.
Por ainda não se ter chegado a um entendimento, Nilton Vaz disse que a greve deverá ter início às 08:00 do dia 16, terça-feira, devendo terminar às 23:59 do dia 22, quarta-feira, e afectará todos os sectores, nomeadamente, cozinha quente e fria, pastelaria, manutenção, armazém, lavagem, montagem, entrega, condutores, controlo de qualidade e supervisores.
Segundo o sindicalista, com esta greve, os trabalhadores pretendem chamar a atenção da empresa Freitas Catering pelos “sucessivos incumprimentos”.
“Acumulando, há mais de um ano, um atraso sistémico de dois meses de salário. Trabalharam durante todos os dias feriados nacionais do ano 2022, e Janeiro de 2023 sem serem devidamente remunerados, a empresa não lhes entrega os recibos mensais de vencimento para que possam constatar a remuneração paga e os descontos efectuados, e ainda reivindicam a suspensão de pagamento dos subsídios de alimentação e de férias desde o ano 2020”, explicou Nilton Vaz.
Considerando que “paciência tem limites”, o sindicalista observou que já lá vão “muitos meses” que o sindicato tem apostado “fortemente” na sua posição de negociação, assente num diálogo “aberto e profícuo” com a Freitas Catering, na tentativa da resolução das infracções laborais, mediante acordos “satisfatórios” para ambas as partes, pelo que não resta outra saída.
“A empresa sempre promete a devida regularização, mas infelizmente não cumpre. Desta vez os trabalhadores solicitam à administração da empresa Freitas Catering a pronta resolução desses incumprimentos, pagando a totalidade dos meses de retribuição em atraso, bem como os restantes créditos, sob pena de avançarem com uma greve de sete dias, a qual já foi devidamente comunicada à empresa e à Direcção Geral do Trabalho”, comunicou.
Nilton Vaz disse não compreender o porquê da resistência da Freitas Catering em saldar os compromissos atrasados com os trabalhadores, se foi autorizada à Direcção-Geral do Tesouro a conceder um aval à empresa Freitas Catering Service, SA. para garantia do empréstimo bancário no montante de 22 milhões de escudos, cuja deliberação foi publicada no B.O 208, a 5 de Dezembro de 2022.
“Sendo uma empresa de produção e com serviços importantes, relativamente à aeronáutica civil, o objectivo do sindicato não é prejudicar, mas fazer uma pressão forte no sentido da resolução da situação dos trabalhadores, que se arrasta há algum tempo”, observou o sindicalista.
Para evitar essa greve, prevista para 16 de Fevereiro, Nilton Vaz disse que, pelo menos, seja regularizado o pagamento das retribuições dos trabalhadores em atraso, e continuar a pagar os salários, todos os meses, em tempo útil.
Entretanto, um novo encontro está marcado para ter lugar no dia 14, desta feita com a Direcção-Geral do Trabalho, e segundo o sindicalista é a “última tentativa de negociação” para evitar que os trabalhadores partam para a anunciada greve de sete dias.
SC/JMV
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