Santa Maria, 30 Mai (Inforpress) – Sindicalistas nacionais e de Portugal encontram-se reunidos hoje, no Sal, para juntos reflectirem sobre o exercício do sindicalismo na conjuntura actual, desafios e o papel dos sindicatos, visando encontrar “respostas assertivas” face às demandas laborais do presente contexto.
Esta conferência, fomentada pelo Sindicato dos Transportes, Comunicações e Administração Pública (Sintcap), sediado na ilha do Sal, realiza-se no âmbito do seu plano de actividades 2023 e do programa de celebração do Dia do Trabalhador, assinalado no passado 01 de Maio.
Durante este dia, três painéis vão estar em reflexão e debate, versando temas considerados pertinentes, nomeadamente, “A importância e o papel do dirigente sindical”, “Comunicação sindical – Estratégias para uma boa comunicação”, e “Impactos da pandemia e guerra na vida dos Trabalhadores – Desafios e papel dos sindicatos na mitigação destes impactos”.
Considerando que o sindicalismo nunca foi tarefa fácil, mormente nos tempos de hoje, a presidente do SINTCAP, Maria de Brito, apontou que os tempos modernos “exigem” dos sindicatos “coragem, criatividade e tenacidade”.
“Se não quisermos ser engolidos pelos governos e patronatos. Pois, de todas as mudanças que se têm operado no mundo, as de âmbito laboral, são as que mais têm sofrido transformações”, analisou, defendendo a união e a coesão dos sindicatos, princípios que, conforme lamentou, “têm faltado” em Cabo Verde.
“Infelizmente tem imperado a desunião e a fragmentação, fragilizando o movimento sindical e as lutas dos trabalhadores”, lamentou a sindicalista convicta de que esta troca de experiência irá permitir imputes “enriquecedores e fortalecedores” para o sindicalismo nos dois países, já que, conforme ilustrou, o Código Laboral cabo-verdiano é “uma cópia” do Código do Trabalho português.
Por seu lado, comungando da mesma opinião, o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (Sinttav), Portugal, Manuel Gonçalves, que tem “excelentes relações” com os sindicatos de Cabo Verde, disse que os temas desta conferência são “extremamente importantes e oportunos”.
“Os sindicatos sempre travaram lutas difíceis, mas neste momento mais difíceis ainda, por vários factores (…), e um deles é o número de trabalhadores, cada vez maior, com contratos precários. É necessário procurar respostas, e esta conferência vem nesse sentido”, comentou.
Lamentando o quadro laboral nos dois países, o sindicalista português faz fé, entretanto, que será possível reverter a situação.
“Tem que ser possível. Os sindicatos não podem desistir, temos que ser sempre optimistas, e é possível reverter a situação. Já passamos por situações mais difíceis, e a gente deu a volta. Portanto, com persistência, seriedade, unidade dos sindicatos (…) é possível encontrar respostas, e dar a volta à política a esta situação que não pode manter-se”, exteriorizou.
A conferência conta com a participação de dirigentes sindicais de diferentes de diferentes ilhas que compõem a Plataforma Unir e Resgatar a UNTC-CS e dirigentes sindicais portugueses.
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