Espargos, 19 Mar (Inforpress) – A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Comunicações e Administração Pública (SINTCAP), na ilha do Sal, afirmou hoje que os trabalhadores na ilha, vivem num clima laboral de medo, ameaças e incertezas.
Maria de Brito fez essa constatação durante conferência de imprensa, após reunião de balanço das actividades desenvolvidas pela SINTCAP, durante o ano transacto, não obstante admitir, conforme disse, alguns ganhos conseguidos, tanto em sede de negociação como em fórum judicial.
“A direcção constatou que a situação laboral que se vive na ilha é preocupante. Os trabalhadores vivem num clima de medo, represália, intimidação, ameaça e incertezas, principalmente por causa do processo de privatizações e concepções, envoltos num profundo secretismo”, asseverou.
Referindo a alguns ganhos conseguidos, apontou a implementação do novo sistema de gestão de recursos humanos da CV Handling (CVH), – “embora ainda a corrigir algumas situações” -, o pagamento por parte da TACV das actualizações das anuidades em atraso referentes ao período 2006 a 2014, a um grupo de trabalhadores transferidos para a CVH, entre outras situações.
Porém, desta análise da situação sócio-laboral, Maria de Brito acrescentou que o sindicato regista um conjunto de problemas que vêm afectando os trabalhadores do sector, com destaque para os da TACV, do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica, dos Correios, da Matec, da CV Telecom, entre outros.
“Estes problemas têm a ver com o processo de privatização, com os programas de pré-reforma, a perda e o agravamento do poder de compra dos trabalhadores pela não atribuição do aumento salarial, a redução de alguns direitos adquiridos etc.”, explicou.
Enquanto sindicalista, Maria de Brito mostra-se, igualmente preocupada com o “silêncio” do governo, conforme disse, relativamente às alterações do Código Laboral.
“Um compromisso assumido em sede de Concertação Social cujo patronato subscreveu. Nesta matéria, o SINTCAP defende a reposição das indemnizações, atribuindo ao trabalhador uma indemnização mais digna e justa em situações de despedimento colectivo e despedimentos sem justa causa”, apontou, entre outras reclamações.
“Estamos a viver um ambiente laboral de muita preocupação. A situação está medonha. Estamos a viver o pior momento a nível da história laboral em Cabo Verde”, concluiu, defendendo uma gestão mais humana por parte dos gestores deste país.
SC/CP
Inforpress/Fim