Ilha do Sal: Pastor da Igreja Nazarena lamenta “indisponibilidade” dos jovens para a vida cristã

 

Espargos, 28 Jun (Inforpress) – O pastor da Igreja Nazarena, nos Espargos (Sal), lamenta a indisponibilidade dos jovens para a vida cristã, enquanto se “apropriam” de outras fontes, por vezes amargas”, para satisfazer as suas ânsias, e questiona sobre o que poderá estar na base do problema.

Luís Monteiro, que falava em entrevista à Inforpress, manifestou-se preocupado com o rumo que a camada jovem está a tomar, pelo que, pondera, “talvez a igreja deva mudar a sua abordagem no sentido de alcançar a juventude e reverter a situação”.

O assunto veio à tona uma vez que, não obstante ter havido um crescimento demográfico significativo na ilha do Sal, devido ao mercado de trabalho que vai se abrindo, a igreja do nazareno, nos Espargos, em particular, ter também beneficiado desse fluxo migratório, registando-se um crescimento de adesão à fé cristã por parte da juventude.

“Nós temos uma juventude que está sendo assediada por muita coisa e a igreja precisa fazer uma abordagem diferente na apresentação da sua mensagem no sentido de atrair, cativar e até mesmo alcançar a nossa juventude. Nota-se uma clara antipatia à própria fé. Depois de alguns anos de ministério pode ser que o que nos serviu no passado não nos esteja a servir hoje, precisando então mudar os nossos métodos face a esse alcance” admitiu.

Entretanto, considerou, por outro lado, que a frieza espiritual tem várias origens e causas, já que há uma entrega “desmedida ao pecado na sua multiforme manifestação”.

“Já não se preserva os princípios que são fundamentais na orientação da nossa vivência, então, tudo isso pesa um pouco porque a sociedade tal qual a conhecemos é dinâmica e vai sofrendo transformações no decurso dos anos. E, a igreja é que tem que saber posicionar-se e fazer novas abordagens na apresentação do evangelho e sensibilizar a camada jovem a abraçar a fé”, reiterou.

Para o evangélico, as redes sociais, que colocam as pessoas em contacto directo com o mundo inteiro, embora o acesso à informação tenha seu lado benéfico, mas também perverso, são principais desafios já que os jovens, denota, “não estão” a fazer uso correcto das redes sociais.

“As páginas que mais visitam dizem respeito à violência, ao sexo desmedido e irresponsável, o consumo de produtos tendentes a mudar o estado psíquico… então, desde que satisfaçam os seus desejos – digamos os mais baixos e de forma desmedida -, não têm limites e isso tem mudado significativamente a atitude comportamental dos jovens”, lamentou.

Luís Monteiro adverte que Deus deseja que “acreditemos nele, que andemos nos seus preceitos porque a nossa vida não se cinge a este momento de hoje e agora. A nossa vida se projecta num patamar, numa perspectiva de eternidade… e muita gente não quer viver esse lado subjectivo da fé”, acautelou.

Confrontado com a inapetência das pessoas pelas igrejas evangélicas dado ao seu estilo de vida princípios considerados “rígidos”, Luís Monteiro advoga que a igreja do Nazareno não proíbe nada, advertindo apenas ao povo que seja vigilante, cuidadoso, conheça limites, saiba estar e que não tenha comportamentos tendentes a desfiar da fé, a afectar a sua espiritualidade ou até mesmo o seu relacionamento com Deus.

“Abraçar a fé traz alegria no espírito. Acho que as pessoas têm um vazio espiritual e tentam encontrar respostas a esse vazio fazendo uma vida sem limites e as consequências estão à vista de todos”, finalizou.

SC/FP

Inforpress/Fim

 

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