Espargos, 26 Jun (Inforpress) – O padre Adriano Baptista exortou hoje aos jovens, especialmente aos 70 recém-crismados, mas também aos que ainda não têm uma relação com Deus, a não se desviarem, antes a se sustentarem na fé.
O prelado fez essa exortação em entrevista à Inforpress, incitando essa faixa etária a fazer boas escolhas, face à indisponibilidade dos mesmos para a igreja, para uma vida de santidade e fé cristã.
Malgrado o “boom demográfico” registado na ilha do Sal, que actualmente dispõe a volta de 30 mil habitantes, o número de fiéis das comunidades religiosas de maior expressão – Católica e Nazarena -, continua “pequeno”, comparado com esse aumento populacional.
Entretanto, embora não tenha sido em grande cifra o sacerdote disse ter percebido, contudo, algum crescimento na vida da comunidade, no ambiente cristão, resultante desse aumento populacional, de pessoas vindas de outras paragens, à procura de emprego, de uma vida melhor, no Sal.
“É claro que, como vêm à procura de trabalho, de uma vida melhor, a igreja fica muitas vezes à margem, provocando um certo afastamento das pessoas, dos jovens, da vida cristã. Muitas vezes o trabalho nos hotéis toma tempo à família mormente à vida cristã.
Porém, há situações e situações, porque hoje em dia há outras coisas, distracções que tiram essa apetência aos jovens de professarem a fé cristã”, apontou.
Manifestando, entretanto, satisfação pelo grupo de adolescentes que frequenta a catequese, embora admita que muitas vezes, são forçados a isso, porque os pais querem que recebam os sacramentos, isto é, sejam baptizados, recebam a primeira comunhão, sejam crismados, o padre Adriano Baptista realçou a presença, este ano, de cerca de 400 catequizandos, dos 6 anos até à idade do crisma.
“Isto mostra que ainda as pessoas procuram alguma coisa. E, quando vejo isso, sinto-me esperançoso. Quanto aos jovens… é uma camada mais difícil de trabalhar mas às vezes temos uma ideia negativa quanto à sua não disposição para a igreja. Temos que ter paciência, renovar a nossa pastoral no sentido de enquadrar os jovens dentro do padrão da doutrina”, considerou o clérigo, acrescentando que o desenvolvimento tecnológico, a era digital… também coloca desafios à igreja.
“É um desafio e temos que tentar encontrar formas para ajudar os jovens a ter uma relação e intimidade com Deus. Mesmo que seja em número diminuto, fazermos aquilo que é o nosso objectivo: evangelizar e anunciar Jesus Cristo”, acentuou.
Perante o panorama, focando, especialmente, nos recém-crismados – sacramento que, conforme explica, confirma a iniciação cristã -, mas também aos que ainda não têm uma relação com o Criador, o sacerdote estimula a uns e outros a não trocarem a fé por coisas secundárias e passageiras.
“Por mais diversão que possamos ter na sociedade, por mais coisas materiais que possamos ter… sustentados na fé não perdemos o foco. A fé é um alimento que levamos para a vida onde quer que estejamos”, concluiu apelando aos jovens a se redescobrirem, procurem Jesus Cristo.
“Esse Deus que nos ama tanto e não nos tira nada… pelo contrário, nos acrescenta para uma vida mais feliz”, completou.
SC
Inforpress/Fim