Espargos, 27 Abr (Inforpress) – Alguns familiares residentes em Santa Maria e em outros pontos na ilha do Sal mostram-se indignados por se fazerem deslocar os idosos da localidade para realização da vacina contra a covid-19, na Delegacia de Saúde, em Espargos.
A vacinação já começou dos mais velhos para os menos velhos, entretanto idosos da cidade de Santa Maria, Palmeira, também de Pedra de Lume são obrigados a deslocarem-se a Espargos, que dista, respectivamente, 18, 5 e 7 quilómetros destas localidades, para serem vacinados.
Situação contestada por familiares, segundo os quais as pessoas nesta fase de vida já têm dificuldade em sair de casa, mormente com problemas de locomoção.
Cientes, entretanto, que são um dos principais grupos de risco da covid-19, uma vez que a probabilidade de terem complicações e de morrerem em decorrência desta doença é muito maior do que em pessoas mais jovens, sugerem a deslocação de uma equipa ou equipas para atenção a essa faixa etária, de modo a ser vacinada “sem ser massacrada, aborrecida”, com essa deslocação, com todas as implicações que são próprias da idade.
Testemunha desta reclamação, Euclides Monteiro, que teve de acompanhar uma tia que mora em Santa Maria para ir vacinar nos Espargos, considera um tanto ou quanto paradoxal, o facto de existir na localidade turística uma nova e moderna estrutura de saúde, no entanto não é utilizada para esse efeito.
“Uma moderna estrutura de saúde, da qual todo o mundo se orgulha, mas se não presta o serviço, que é atender a saúde da população… é operar no vazio”, manifestou, atendendo também as implicações financeiras, uma vez que nem toda a gente, conforme observou, pode estar munida de dinheiro, para fazer face a essa deslocação, ida e volta.
“Para além dos perigos da estrada, e do risco de contágio do vírus se fizerem o trajecto em transporte público, isto baseando-se na hipótese que nem todos os familiares têm viatura própria”, reforçou outro senhor, comentando a situação.
Segundo uns e outros, se o idoso tem uma unidade de saúde muito próxima, não correrá o risco de fazer 40 quilómetros, ida e volta, neste caso Santa Maria/Espargos, para tomar uma vacina, percebendo que é de direito, que todos os cidadãos na ilha do Sal estão em pé de igualdade em matéria de oportunidade.
Nesta medida, tanto, Arlinda Fonseca, também Hilário Mendes e outros, consideram de “bom tom” que as autoridades competentes se debrucem sobre o assunto, “para quanto mais cedo possível”, criar condições no sentido de se efectuar a vacinação dos idosos, tidos em linha de prioridade, na localidade onde vivem.
A Inforpress pretendeu ouvir o delegado de Saúde José Rui Moreira, sobre a questão, mas sem sucesso.
SC/CP
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