Espargos, 20 Dez. (Inforpress) – A autarquia salense sai munida de instrumentos de gestão com a aprovação hoje de todas as propostas, durante a VI sessão ordinária do ano, nomeadamente o Orçamento rectificativo de 2017, e Regulamento de disposição de lotes de terrenos.
A VI sessão da Assembleia Municipal do Sal, a última deste ano, que decorreu durante dois dias , no Salão Nobre dos Paços do Concelho, aprovou o Orçamento rectificativo do Município do ano 2017, com apreciação negativa da bancada do PAICV (oposição), porém confirmado com dez votos a favor, sendo nove da bancada do Movimento para a Democracia (situação) e um da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID – oposição).
Já a proposta do Regulamento de disposição de lotes de terrenos para construção mereceu voto favorável do PAICV, enquanto a UCID, composta por um deputado, deu o benefício da dúvida, abstendo-se, tendo este instrumento sido aprovado com 16 votos a favor e uma abstenção.
Foi uma sessão mais uma vez de acalorada discussão entre os deputados mas numa “sã convivência”, donde da agenda de trabalhos constavam 13 pontos para debate, apreciação e aprovação, tendo sido, porém, outra vez retirada da agenda, a proposta de constituição e eleição da Comissão de Recenseamento Eleitoral do Sal (CRE).
Kátia Carvalho, líder da bancada do PAICV, faz um balanço positivo dos trabalhos desta última sessão , já que permitiu discutir várias questões “importantes e prementes” para a ilha que, conforme disse, não eram possíveis adiar.
Entretanto, disse que a sua bancada sai com alguma preocupação, visto que estava na ordem do dia um orçamento rectificativo em que “havia necessidade” de ajustar despesas e receitas, que, como a própria proposta trazida pela câmara, “apontava” erros e lapsos na sua previsão.
“Entendemos que a câmara deve planificar bem, acautelar os instrumentos de gestão e fundamentar com base na lei. E ficamos um pouco preocupados com o acréscimo de oito mil contos nas despesas com pessoal no ano 2017 relativamente a 2016, e para 2018 temos um acréscimo de 13 mil contos em relação a 2016”, observou.
Segundo a deputada, a sua bancada ficou igualmente preocupada com a retirada das receitas dos 204 mil contos provenientes do Fundo do Turismo, previstos para fazer face à realização de obras na zona das barracas.
Fazendo igualmente um balanço positivo da sessão, o deputado da UCID, Luís Delgado, manifestou-se preocupado com os problemas sociais na ilha e com a exploração de menores.
“Tenho constatado em Santa Maria, menores de 5/6 ano, s cujos pais estão a explorá-las, colocando-lhes a vender produtos em balaios enquanto à noite vão “dar com torno”, (dançar batuque), sendo compensadas pelos turistas com algum dinheiro. Fiz essa participação à polícia e trouxe-a também à AM para que se possa tomar medidas urgentes”, lamentou.
Por sua vez, referindo-se com satisfação à participação dos munícipes, a bancada do MpD, na voz do seu líder, Nuno Lopes , realçou os ajustes feitos ao respectivo regimento, destacando também o programa de trabalho e de acção institucional da Assembleia Municipal para o ano de 2018.
“Isto mostra uma boa planificação, vamos trabalhar com directrizes, metas… Esta assembleia é uma referência, e esperemos que continue a ser”, frisou.
Nessa quadra natalícia, uns e outros desejam à população salense festas felizes e um próspero ano novo.
SC/JMV
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