Espargos, 30 Dez (Inforpress) – O presidente da Câmara do Turismo de Cabo Verde considerou que 2020 foi um ano de desafios múltiplos, confrontação com o vírus, perdas de vidas, paralisação da economia, e de teste à capacidade de resiliência do País.
Gualberto do Rosário fez essas considerações à Inforpress, numa retrospectiva do que foi 2020, ano marcado pela pandemia da covid-19, cujos desafios, conforme sublinhou, provocaram choques externos, designadamente a nível ambiental, económico, e da saúde.
“Foi um ano que desafiou o mundo. De teste à nossa capacidade de resiliência. Um ano de aprendizagem, em que se venceu um dos maiores desafios colocados à humanidade. Aprendemos a lutar com o vírus e a vencer”, enfatizou.
Prosseguindo a sua análise sobre a conjuntura, Gualberto do Rosário destacou o facto de, “num tempo recorde”, se ter criado vacinas eficazes, criando, conforme sublinhou, “todas as condições” para ganhar esta guerra em 2021.
“Aprendemos que os desafios globais às respostas são, também, globais e devemos nos organizar para tal”, referiu, tomando como exemplo a cooperação entre cientistas e institutos de investigação científica, a compreensão de que a solução deve ser global e não apenas de um país ou grupo de países, e mobilizar meios para fazer face ao desafio global, incluindo a vacinação.
Segundo a mesma fonte, aprendeu-se o “significado profundo” do conceito de solidariedade à escala planetária.
“Tomamos consciência da importância dos riscos sanitários num mundo global, tomamos maior consciência da importância do conceito de sustentabilidade, aprendemos a lidar melhor com os riscos sistémicos, e a dar maior importância ao multilateralismo”, enfatizou.
Fazendo essa análise, Gualberto do Rosário reiterou que 2020 foi um ano de aprendizagem, cuja conjuntura fez apreender ainda que uma regra ou um princípio não é um dogma, e que o conceito de vulnerabilidade não é exclusivo dos países pobres ou dos países considerados de ecossistema vulnerável.
“Afinal, somos todos vulneráveis”, observou, considerando que 2020 foi um ano fraco, e vai continuar a ser nos próximos meses, conforme prognosticou, devido ao desafio da pandemia da covid-19.
Aprovando o conjunto de medidas tomadas pelo Governo para fazer face à covid-19, Gualberto do Rosário compreende, por outro lado, que a questão fundamental para a retoma do turismo, se vir a conhecer os fluxos turísticos, uma dinâmica turística semelhante àquela prévia à pandemia (…), prende-se “só” com a recuperação da situação sanitária prevalecente antes da pandemia.
“Naturalmente que o Governo tomou medidas que entendeu justas e convenientes para garantir a segurança turística em Cabo Verde, mas elas não são suficientes nem determinantes, uma vez que a questão passa também pelos países emissores”, explicou, aclarando que esta crise só será ultrapassada no momento em que os países emissores conseguirem soluções para combater eficazmente a pandemia, o que a seu ver vai acontecer já com as vacinas.
“Acredito que a partir do próximo Inverno, que começa em Outubro, poderemos vir a conhecer uma dinâmica turística importante”, almejou, acautelando que neste momento o que importa é continuar a “arrumar a casa”, e manter as medidas adoptadas para garantir a segurança turística anunciadas pelo Governo.
Gualberto do Rosário disse que não faz uma leitura pessimista deste ano, embora tenha sido de muitos desafios por causa da pandemia, mas “estão a ser basicamente vencidos”.
“Não podemos fazer uma leitura pessimista deste ano, já que fomos capazes de responder aos desafios que nos foram colocados”, concluiu.
“2020 foi um ano que desafiou o mundo. De teste à nossa capacidade de resiliência. Um ano em que se venceu um dos maiores desafios colocados à Humanidade”, rematou.
SC/JMV
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