Porto Inglês, 02 Mar (Inforpress) – A representação do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente na ilha do Maio prevê contar ainda este ano com um centro de dia, para acolher crianças e adolescentes mais vulneráveis.
Em declarações à Inforpress, o representante da unidade do ICCA na ilha, Mário Fernandes, disse que o referido espaço vai ter um carácter municipal em que a edilidade vai também dar o seu contributo.
Realçou que o mesmo espaço vai contar também com a colaboração de todas as organizações na ilha que estão ligadas ao sector da infância, cuja coordenação vai ficar a cargo da unidade local.
Segundo aquele representante, pretendem que o referido centro venha a ter múltiplas valências, onde as crianças e adolescentes poderão ser contemplados com estudos acompanhados, aulas de canto e de música, bem como formação espiritual e acompanhamento psicológico e entre outros, tendo em conta que estão a trabalhar para que o mesmo venha a ser diferente dos demais existentes no país.
“Não é porque a ilha está a precisar deste espaço neste momento, mas como estamos a prever um desenvolvimento da ilha nos próximos tempos, com o desenvolvimento do sector do turismo, é preciso agir na prevenção para que quando chegar este desenvolvimento já estejamos preparados para dar resposta evitando que venham a sentir falta de protecção”, salientou.
Conforme avançou, na primeira fase o referido centro vai contemplar crianças e adolescentes da cidade do Porto Inglês, mas com o andar do tempo vão instalar mais um na vila da Calheta, por ser a segunda maior urbe da ilha e mais uma outra na localidade de Figueira como forma de estarem mais perto desta camada social.
Questionado se na ilha ainda existe caso de crianças na rua, Mário Fernandes informou que ainda é possível ver algumas crianças durante algum tempo na rua, principalmente na praia de bixe rotxa, mas ressaltou que os mesmos são filhos de algumas peixeiras que trabalham no mercado de peixe e que os mesmos estão sob vigilância das mães, pelo que considera a situação na ilha como sendo “controlada”.
Mário Fernandes acredita que o referido centro vai dar resposta a casos do tipo e não só, dando mais segurança às mães que trabalham e permanecem, praticamente o dia fora de casa, acrescentando que nos próximos tempos a unidade do ICCA na ilha vai ser contemplada com mais uma psicóloga e mais assistentes sociais para poderem dar resposta a todas as demandas.
“Temos também aqui no Maio uma experiência muito interessante, porque criamos um grupo que denominamos patrulha salvadora que é composto somente por crianças e adolescentes e eles vem cá todas as quintas-feiras, para debaterem connosco e entre si temas que lhes são mais pertinentes e depois levam isso para as escolas, onde nos intervalos debatem com os colegas”, informou.
De acordo com aquele representante, as crianças e adolescentes precisam de um espaço para falarem dos seus problemas e, por conhecerem melhor as suas realidades, sabem o que os colegas também estão a passar, por isso considerou que o grupo “patrulha salvadora”, está a desempenhar um “excelente” trabalho em parceria com a unidade da ilha.
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