Porto Inglês, 06 Nov (Inforpress) – O ano agrícola na ilha do Maio, apesar de ter dado bons sinais no início, com chuvas frequentes que criaram grande expectativas no seio dos agricultores, no entanto ficou aquém das expectativas, segundo os lavradores.
O agricultor Luís Rosa, por exemplo, declarou que durante o mês de Agosto a chuva caiu de forma regular, o que encheu ainda mais de esperança os agricultores, salientando que houve momentos em que nem sequer conseguiam continuar com as primeiras mondas por causa do chão molhado.
Depois de o ano passado ter sido praticamente nulo em termos de produção agrícola de sequeiro, mesmo assim os homens e mulheres maienses encheram-se de força e esperança e voltarem a cultivar a terra.
Além do mais foi anunciado pelos serviços de Meteorologia e Geofísica que durante o ano 2023 a quantidade pluviométrica seria acima da média, o que trouxe ainda mais alento e determinação aos que todos anos se dedicam a esta prática.
Luís Rosa contou que o mês de Setembro também prosseguiu na mesma toada do mês de Agosto, só que até metade, indicando que de lá pra cá o Sol tem estado abrasador ao ponto de secar as plantas.
Aquele agricultor disse, por outro lado, que o aparecimento de pragas também contribuiu para que as plantas como bangalon não pudessem desenvolver como estavam a espera, algo que também aconteceu com o milho, com aparecimento de lagarta do cartucho.
“Contactamos a Delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente sobre lagarta de cartucho de milho e apoiaram com algum remédio, mas quanto as pragas de bangalon não tiveram a mesma postura, por isso este ano não foi o que estávamos à espera”, concretizou Luís Rosa.
Rafael Oliveira, também agricultor, disse à Inforpress que este ano as expectativas eram muito boas, tendo em conta a quantidade de chuva que se registou no mês de Agosto e início de Setembro, porém mostrou-se “um pouco frustrado” por ter feito “um grande esforço” durante todo essa campanha agrícola.
O entrevistado assegurou que o calor sentido durante o final de Setembro e início de Outubro e a não vinda da chuva nesse período veio a comprometer toda a campanha.
Um aspecto positivo para Rafael Oliveira é a quantidade de pasto que se encontra no campo, o que vai “garantir alimento suficiente” para o gado até à próxima estação de chuva.
Alindo Moreira Borges, por seu lado, frisou que as expectativas eram “boas”, mas considerou que a situação teve uma “reversão inesperada” quando todos estavam convencidos de que o ano agrícola viria ser um dos melhores dos últimos anos, uma vez que se registaram chuvas frequentes.
Admitiu que todos aqueles que fizeram esforço de cultivarem a terra, mesmo com muita palha nas suas propriedades, estão a colher, mesmo que seja pouco.
A invasão dos animais a propriedades tem deixado as pessoas indignadas, contou, adiantando que isso também é algo que já deveria ser mudado no seio dos criadores, levando em conta o esforço que cada um faz para obter um pouco de comida em sua casa.
Disse estrar a estranhar essa situação, porque o pasto está suficiente em toda parte, o que facilita e possibilita o manejo dos animais sem nenhum problema.
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